S&P vê perda de impulso em emergentes com segunda onda da pandemia
A agência avalia que o cenário mais provável é que a recuperação comece a se fortalecer em meados de 2021, quando uma vacina "segura e eficaz" para a covid-19 se torne amplamente disponível. Apenas para a economia do Brasil, a projeção da S&P é de recuo de 4,7% em 2020 e avanço de 3,2% em 2021.
A agência espera que o crescimento médio dos emergentes, excetuando-se a China, fique em 5,9% em 2021, após contração de 6,1% em 2020, sem alteração substancial ante as projeções de dois meses atrás, mas agora projetando contração 0,3 ponto porcentual menor neste ano e crescimento 0,3 ponto porcentual mais baixo do que anteriormente em 2021. Para a América Latina, a expectativa é de contração de 7,3% neste ano e crescimento de 3,8% em 2021.
Para a S&P, fatos importantes recentes, entre eles a eleição presidencial nos EUA e progressos na busca por uma vacina contra a covid-19, afetam a distribuição de riscos de seu cenário-base para os emergentes, mas não a projeção principal para elas neste momento. "Nós vemos os riscos para o crescimento dos emergentes em 2021 como equilibrados", aponta.
O estímulo em níveis recordes na maioria das economias avançadas deve continuar a impulsionar o apetite por risco em geral para os ativos de emergentes em 2021, em busca de melhores retornos.
Sobre o Brasil, o relatório lembra que o País adotou estímulos fiscais robustos, em comparação com outros emergentes, mas enfrenta um avanço recente da covid-19. Aponta ainda que o ciclo de relaxamento do Banco Central, como o de Rússia e África do Sul, aparentemente chegou ao fim. A S&P cita também a "crescente pressão" por elevação dos juros no Brasil, diante do crescente prêmio para rolar a dívida fiscal. A agência espera que os juros comecem a subir no País "lentamente" mais para o fim de 2021, mas com as taxas reais ainda negativas ou próximas de zero.
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