Ipea: Inflação de mais pobres é de 1% em novembro, maior que a dos ricos
A inflação de alimentos seguiu pesando mais sobre os mais pobres em novembro, segundo o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado hoje pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Em novembro, enquanto a taxa das famílias mais pobres apontou alta de 1%, a faixa de renda mais alta registrou avanço de 0,63%.
No ano, o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda para as famílias muito pobres acumula alta de 4,56%. Para os mais ricos, a alta é de apenas de 1,68%.
No acumulado em 12 meses até novembro, as taxas foram de 5,80% e 2,69%, respectivamente.
O IPCA, índice de preços calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e usado nas metas de inflação perseguidas pelo Banco Central, acumula alta de 4,31% em 12 meses até novembro.
"Mantendo o padrão inflacionário presente nos últimos meses, o forte aumento dos preços dos alimentos no domicílio foi o maior foco de pressão inflacionária nos segmentos de renda mais baixa", diz um trecho do relatório divulgado pelo Ipea.
"Em novembro, 75% da inflação do segmento mais pobre da população veio da alta do grupo alimentação e bebidas, impactada pelos reajustes do arroz (6,3%), da batata (29,7%), das carnes (6,5%), do frango (5,2%) e do óleo de soja (9,2%)", continua o texto.
Já no segmento de renda mais elevada, foram os preços relacionados aos Transportes que mais pesaram no orçamento. "Os reajustes dos transportes por aplicativo (7,7%), da gasolina (1,6%) e do etanol (9,2%) fizeram do grupo transporte o maior foco inflacionário para a classe de renda mais alta, respondendo por mais da metade da taxa de variação apontada nesta faixa", diz o relatório do Ipea.
No ano como um todo, a discrepância entre as variações do índice de preços desagregado por faixa de renda se deve a uma peculiaridade da crise causada pela covid-19.
A demanda por bens, com destaque pelos alimentos, seguiu firme e pressionou por reajustes de preços, enquanto a demanda por serviços tombou, provocando até o barateamento de alguns itens.
Segundo os pesquisadores do Ipea, os gastos com alimentos pesam 28% no orçamento dos mais pobres, enquanto na cesta de consumo dos mais ricos representam apenas 13%, com os serviços ocupando uma parte mais relevante. Por isso, os mais pobres são mais afetados pela inflação de alimentos.
"Neste ano, o cenário inflacionário combinou forte aceleração de preços de alimentos com uma alta desaceleração da inflação de serviços, o que explica o diferencial da inflação entre as faixas de renda mais baixa e mais alta", diz o relatório do Ipea.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.