Parlamentares do PT pedem que PGR investigue mudanças de privacidade do WhatsApp
No centro do debate está um novo serviço que deve começar a ser prestado pelo Facebook, dono do WhatsApp, a grandes empresas que usam a plataforma de troca de mensagens para atender seus clientes: a hospedagem e o gerenciamento de dados. Hoje, há companhias certificadas que oferecem a funcionalidade. O Facebook de Mark Zuckerberg pretende virar uma deles.
Embora a empresa garanta que o conteúdo das mensagens continuará protegido e criptografado, os congressistas do PT levantaram dúvidas sobre a possibilidade de comercialização de informações dos usuários com empresas que contratarem os serviços do Facebook.
"Não está claro para o usuário como se dará o compartilhamento da informação sobre a interação do usuário entre as empresas do Facebook, nem como essa informação será utilizada pelas empresas que contratarem os serviços do Facebook e também não fica claro por quanto tempo o dado será tratado ou qual é a finalidade que deve ser atingida para colocar fim ao tratamento dos dados coletados", diz um trecho da representação.
Os petistas ainda observam que os protocolos de compartilhamento de dados de consumidores europeus, por exemplo, são diferentes dos usados no Brasil. Segundo a plataforma, a distinção é resultado das adaptações para atender à legislação de cada país.
Inicialmente, a atualização nas políticas de privacidade estava prevista para ser implementada até fevereiro. O debate sobre proteção de dados aberto na esteira das mudanças levou a empresa a adiar a medida para maio. Para esclarecer pontos levantados com a repercussão do anúncio, o WhatsApp lançou uma página com respostas às duvidas mais frequentes dos usuários - o que não impediu a migração para outros aplicativos de mensagens, como Telegram e Signal, que viram crescer o número de downloads.
A preocupação chegou, inclusive, a instituições de defesa do consumidor. O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), a Secretaria Nacional do Consumidor, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, e o Procon-SP entraram no caso. As instituições querem informações sobre a base legal da mudança.
Procurada pela reportagem, o WhatsApp informou que ainda não foi notificado sobre a representação.
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