FMI eleva as projeções para a economia do País
Pelas estimativas publicadas há três meses, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil aumentaria 2,8% em 2021 e 2,3% em 2022. Também foi revisto o crescimento estimado para o produto global neste ano, de 5,2% para 5,5%. A taxa projetada para o ano seguinte foi mantida em 4,2%.
A melhora das projeções decorre, em boa parte, da expectativa de condições econômicas mais favoráveis, especialmente no segundo semestre, propiciadas pela vacinação e por novas medidas de estímulo em algumas grandes economias. Mas as boas expectativas associadas à vacinação têm sido contrabalançadas pelo surgimento de novas ondas de covid-19 e de novas variantes do coronavírus, segundo o relatório ontem apresentado pela economista-chefe do FMI, Gita Gopinath.
A difusão da vacina é apontada, em várias passagens do relatório, como condição essencial para a retomada segura das atividades econômicas. No Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, também vinculou vacinação e reativação da economia, numa declaração contrastante com manifestações do presidente Jair Bolsonaro.
Participando de uma sessão do Fórum Econômico Mundial, a diretora-geral do Fundo, Kristalina Georgieva, indicou o monitoramento de três pontos principais em 2021. O primeiro será a corrida entre o coronavírus e as vacinas disponíveis para conter o contágio. O segundo será o conjunto de soluções encontradas pelos formuladores de políticas para continuar apoiando a economia. O terceiro será o avanço da cooperação global.
Jovens e trabalhadores. O apoio à economia terá de incluir, segundo Georgieva, atenção aos jovens e aos trabalhadores. A atualização da Perspectiva Econômica Mundial, ontem divulgada em Washington, chama atenção para alguns dos piores legados da pandemia - desigualdade crescente, maior número de pessoas em pobreza absoluta, maior débito, retrocesso na formação de capital humano e menor crescimento de produtividade. Esse legado resulta, em parte, da "intensificação de tendências preexistentes".
Em 2020 a economia global encolheu 3,5%, segundo a nova estimativa, mais favorável que a de outubro (ganho de 0,9 ponto porcentual). A recuperação no segundo semestre, agora reavaliada, foi mais intensa do que se calculou em outubro A retração da economia brasileira, 4,5% segundo o relatório recém-publicado, é a mesma estimada há três meses.
Novas infecções e novas limitações impostas em vários países devem prejudicar a atividade neste começo de ano, mas a recuperação deve ganhar impulso no segundo trimestre, com a difusão das vacinas, segundo o relatório. Os autores do trabalho assumiram como pressupostos a disponibilidade ampla de vacinas, até o meio do ano, em economias avançadas e em algumas emergentes.
Essa condição se estenderá à maioria dos países até o segundo semestre de 2022, de acordo com o cenário básico. Esse quadro inclui também a possibilidade de lockdowns, isto é, de restrições severas à circulação, para conter a transmissão de variantes novas, antes de generalizar-se a vacinação.
Medidas fiscais de apoio à recuperação econômica serão provavelmente mantidas em alguns países avançados, como já se anunciou nos EUA, no Japão e na União Europeia. Na maioria dos países a tendência será a busca do reequilíbrio orçamentário, com menores gastos e maior arrecadação.
Os grandes bancos centrais devem manter juros estimulantes até o fim de 2022, avaliam os economistas do FMI. No Brasil, economistas do mercado projetam aumento dos juros básicos nos próximos meses, por causa das incertezas fiscais e do risco de pressões inflacionárias apontado em recente nota do Banco Central.
Os economistas do FMI ressaltam a importância da cooperação internacional para a recuperação econômica, defendem atenção especial a jovens, mulheres e trabalhadores informais e pregam políticas voltadas para a construção de uma economia mais verde. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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