FUP: Petroleiros da Bahia entram em greve após o carnaval
As paralisações foram aprovadas com os trabalhadores da Bahia em dezembro do ano passado. Hoje e amanhã, o sindicato local vai colher opiniões de trabalhadores para definir a condução do movimento. E, já no domingo, a empresa será informada da greve, com mais de 72 horas de antecedência, como prevê a legislação.
"Nos outros Estados, isso não foi apreciado em assembleia com os trabalhadores. Essa discussão ainda vai ser feita pelos sindicatos e o conselho da FUP vai se reunir de novo, na próxima quarta-feira (17), para avaliar o que os sindicatos vão fazer. Se vai virar um movimento nacional não sabemos", afirmou o coordenador da federação, Deyvid Bacelar.
Em apoio à greve na Bahia, sindicatos de outros Estados promoverão mobilizações, com atrasos nas bases operacionais das suas áreas de atuação no dia 18, no início da mobilização.
A campanha prevê também atos em frente aos edifícios sede do Tribunal de Contas da União (TCU), Bovespa, Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Ministério Público.
A FUP se opõe ao programa de venda de ativos da Petrobras e reivindica a apuração de possíveis irregularidades na definição do valor negociado com o Mubadala, de US$ 1,65 bilhão. A intenção é levar o debate a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso. O fim do processo de negociação foi anunciado pela Petrobras na última segunda-feira, 8.
Pelas contas do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), a refinaria vale de US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões. Já o banco BTG Pactual diz que o valor do negócio ficou 35% abaixo do limite inferior estimado pelos seus analistas.
A Petrobras, por meio de sua assessoria de imprensa, argumentou ter estabelecido uma faixa de valor que norteou a transação, considerando as características técnicas, de produtividade e do potencial do ativo, assim como os cenários corporativos para planejamento (por exemplo, preço do petróleo e câmbio). Disse também que contrata assessores financeiros independentes (bancos ou instituições financeiras) para avaliar as transações e atestar se o valor de venda é justo do ponto de vista financeiro.
Outras entidades sindicais, representantes de trabalhadores de empresas públicas e estatais, e movimentos sociais vão ser convidados para as paralisações. Para mobilizá-las, a FUP programa transmissões virtuais dos seus atos.
A última greve dos petroleiros aconteceu em fevereiro do ano passado, pouco antes de a pandemia de coronavírus tomar o País. O objetivo da mobilização já era se opor ao programa de privatizações da estatal. Um mês antes, a empresa havia comunicado o fechamento da fábrica de fertilizantes do Paraná. Apesar de petroleiros terem cruzado os braços em plataformas e refinarias, a unidade acabou sendo vendida, o que teve efeito sobre 396 empregados diretos da fábrica e mais 600 indiretos, segundo a FUP.
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