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Guedes: estamos na cauda de uma pandemia que já ocorreu no ano passado

Guedes ressaltou que governo apoia nova rodada do auxílio emergencial, mas defendeu aprovação de medidas de ajuste fiscal para garantir sustentabilidade nas contas - ADRIANO MACHADO
Guedes ressaltou que governo apoia nova rodada do auxílio emergencial, mas defendeu aprovação de medidas de ajuste fiscal para garantir sustentabilidade nas contas
Imagem: ADRIANO MACHADO

Idiana Tomazelli e Anne Warth

Brasília

02/03/2021 19h35

Em meio à explosão de casos e mortes por covid-19 no Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer que o país está na "cauda" da pandemia, um jargão que define a parte mais baixa e achatada de um gráfico. Ele ressaltou que o governo apoia a nova rodada do auxílio emergencial para vulneráveis, mas defendeu a aprovação de medidas de ajuste fiscal para garantir a sustentabilidade nas contas.

Ontem, a média móvel de mortes pela covid-19 ficou em 1.223 e bateu recorde pelo terceiro dia consecutivo. De acordo com o consórcio de veículos de imprensa, o país somou mais 818 mortes e 40.479 casos pela doença em 24 horas.

"Você pode dar o auxílio emergencial, nós estamos afinal de contas na cauda de uma pandemia que já aconteceu no ano passado, e o sacrifício já foi feito, congelamos dois anos de salários do funcionalismo. Mas sempre com essa ideia de ter um protocolo para crises futuras", disse Guedes ao participar junto com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de uma entrevista à Jovem Pan.

"A questão é como combinar o auxílio, o compromisso com saúde dos brasileiros, sem tocar fogo no país", afirmou o ministro, citando o risco de disparada de inflação em caso de aprovação da nova rodada do benefício sem contrapartidas.

Ele citou o caso argentino como um risco para o Brasil e destacou a necessidade de ter um protocolo fiscal permanente para casos emergenciais, como a pandemia. "A Argentina está com dívida de 90% do PIB e juro de 40%, pois perdeu a âncora fiscal", disse.

Para Guedes, a "ação política" é o que vai garantir a proteção da população e não a "falsa proteção da indexação", em referência à regra que garante aumentos automáticos. Ele ainda fez comentários elogiosos a Lira, quem, segundo o ministro, "percebeu a força da desvinculação" de recursos. "Essa é essência da democracia", afirmou.