Campos Neto reconhece movimento da inflação mais persistente e intenso
"A Selic em 2,00% foi pensada para um cenário que não se concretizou, com uma queda maior do PIB em 2020 e uma inflação mais baixa. Essa Selic de 2% ao ano está longe do que seria uma taxa estimulativa em condições normais, por isso iniciamos um ciclo de normalização parcial. Achamos que um movimento mais rápido e forte pode fazer a alta total da Selic ser menor. Era importante frear o movimento da inflação o mais rápido possível", completou, no evento virtual 'Encontro Daycoval - Perspectivas Econômicas e de Investimentos para o Brasil 2021', que conta com apoio do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) e do jornal O Estado de S. Paulo.
Campos Neto afirmou que, antes da pandemia, havia um consenso entre os banqueiros centrais de países desenvolvidos de que a inflação havia se tornado um problema distante. Esse cenário, porém, se reverteu com a necessidade de adoção de um conjunto amplos de estímulos na crise.
"No Brasil, importamos o conceito de que a inflação estava morta. Existe uma grande força benéfica em tentar ajudar os mais carentes, mas o custo fiscal está diferenciando o Brasil e contribuindo para a inflação. Com a história inflacionária recente que temos, precisamos ter um cuidado especial e o BC está atento para isso", acrescentou o presidente do BC.
Mais uma vez, Campos Neto afirmou que a inflação recente é derivada da alta das commodities e do câmbio, citando ainda a pressão sobre os combustíveis causada pela política de produção dos países membros da Opep.