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Guedes diz não esperar 'nenhum barulho' do mercado com prorrogação de auxílio

Paulo Guedes participa do evento "Diálogos com a Indústria" realizado pela Coalizão Indústria - Washington Costa/Ministério da Economa
Paulo Guedes participa do evento "Diálogos com a Indústria" realizado pela Coalizão Indústria Imagem: Washington Costa/Ministério da Economa

Lorenna Rodrigues e Idiana Tomazelli

Brasília

08/06/2021 17h25Atualizada em 08/06/2021 19h10

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse não esperar "nenhum barulho" do mercado com a abertura de crédito extraordinário para a prorrogação do auxílio emergencial. Em evento do Bradesco BBI, Guedes afirmou que o custo de mais dois meses de auxílio emergencial é de R$ 18 bilhões, mas R$ 7 bilhões já estão previstos.

"Precisaremos de R$ 11 bilhões em crédito extraordinário para prorrogação de auxílio emergencial. Se pusermos mais R$ 12, R$ 13 bilhões com o novo auxílio emergencial, não espero barulho do mercado. Mesmo estando em uma pandemia, estamos preocupados com o déficit", comentou o ministro.

Guedes ressaltou que a arrecadação veio R$ 100 bilhões acima do previsto neste ano, o que melhorou as previsões para o rombo nas contas públicas.

Lembrou também que a perspectiva era de um déficit público de 3,5%, que passou para 2,7%. "Se for para 2,9% com nova rodada de auxílio sem problemas", acrescentou.

Mundo político

O ministro da Economia disse ainda que o mundo político tem "horizontes de quatro anos" por causa das eleições e por isso não se preocupa em reduzir o déficit público. No evento do Bradesco BBI, Guedes afirmou que é para estimular o setor político que ele quer que os recursos das privatizações sejam colocados em fundo para redução da pobreza.

"Políticos precisam de resultados de curto prazo. Queremos privatizar companhias para nos livrar das perdas e dar o dinheiro para os pobres", comentou o ministro.

Guedes disse ainda que o governo recebe R$ 30 bilhões em dividendos de boas companhias e gasta com as estatais dependentes do orçamento do Tesouro Nacional.

"Destruímos o valor de uma Petrobras a cada sete anos com as perdas das estatais dependentes", acrescentou.