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Leilão do 5G atrai 15 interessados e pode ser vetor para ampliar concorrência

Leilão do 5G atraiu 15 empresas interessadas - Shutterstock
Leilão do 5G atraiu 15 empresas interessadas Imagem: Shutterstock

Circe Bonatelli

Do Estadão Conteúdo, em São Paulo

27/10/2021 16h52Atualizada em 27/10/2021 17h57

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que 15 grupos, entre empresas e consórcios, apresentaram propostas para participar do leilão da internet móvel de quinta geração (5G). Isso quer dizer que a lista de concorrentes, desta vez, irá muito além das gigantes Vivo, TIM e Claro, que apresentaram propostas. A Oi, como esperado, ficou de fora.

A abertura dos envelopes com as ofertas será em 4 de novembro. Por ora, ainda não foram tornados públicos quais os ativos visados para cada um dos grupos nem o valor dos lances. Nos próximos dias, a agência reguladora vai verificar se os proponentes estão devidamente habilitados a participar do certame, ou seja, se apresentaram todas as garantias financeiras e documentos exigidos pelo edital.

A faixa de 3,5 Ghz - a mais visada para o 5G - oferecerá quatro lotes nacionais no leilão. Isso porque o certame foi desenhado numa época em que as quatro grandes teles atuavam no ramo. Mas, com a saída da Oi do setor móvel, sobrará um lote nacional à disposição de quem quiser se aventurar nesse mercado.

Por outro lado, há um desafio grande para novos entrantes. "Esse é um mercado altamente dominado. Para competir será necessário tirar cliente dos concorrentes, o que não é simples", pondera o consultor e ex-presidente da Anatel, Juarez Quadros.

"Um novo entrante vai ter que tomar cliente dos outros para se viabilizar financeiramente. E o edital é rigoroso em exigir que se comprove a instalação da infraestrutura", acrescenta Quadros, referindo-se ao risco elevado de se investir sem ter um retorno à altura.

O que está em disputa

Este será o maior leilão já realizado pela Anatel, podendo movimentar R$ 50 bilhões. Desse total, R$ 47 bilhões dizem respeito a compromissos a serem assumidos pelas vencedoras com implementação das redes e R$ 3 bilhões em pagamento de outorgas que vão para os cofres públicos.

A previsão anterior era de até R$ 10 bilhões em outorgas. Mas esse valor recuou porque ainda não estava inclusa a previsão de R$ 7 bilhões de compromissos com a ativação de internet de alta velocidade nas escolas - contrapartida ligada à faixa de 26 Ghz e que foi definida só na reta final de modelagem do edital.

As faixas leiloadas - 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHZ - servirão tanto para ativar o 5G quanto para ampliar o 4G.

O governo calcula que o 5G vai gerar US$ 1,2 trilhão em investimentos nos próximos 20 anos.

A nova tecnologia promete velocidades até 20 vezes superiores às atuais, além de um tempo de resposta (latência) baixíssimo entre os dispositivos conectados. Isso vai permitir o desenvolvimento de novas aplicações, desde carros sem motorista até inovações na indústria, mineração e agricultura, entre outros setores.

Na briga

Além de operadoras regionais como Brisanet, Secomtel e Algar Telecom, foram confirmados também grupos ligados a grandes investidores, como o Pátria Investimentos.

Participam ainda a Mega Net Provedor de Internet e Comércio de Informática Ltda (Iniciativa 5G Brasil, consórcio de 421 provedores), NK 108 Empreendimento e Participações S/A (Highline do Brasil), e Winity II Telecom Ltda (ligado à gestora Pátria Investimentos).

Estão na disputa também Brasil Digital Telecomunicações Ltda, Cloud2u Indústria e Comércio de Equipamentos Eletrônicos Ltda, Consórcio 5G Sul, Fly Link Ltda, Neko Serviços de Comunicações, Entretenimento e Educação Ltda e VDF Tecnologia da Informação Ltda.