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Vale, Petrobras e bancos puxam interesse de investidores na Bolsa

Imagem de arquivo de dia de pregão na B3, bolsa de valores brasileira - Amanda Perobelli/Reuters
Imagem de arquivo de dia de pregão na B3, bolsa de valores brasileira Imagem: Amanda Perobelli/Reuters

Bruna Camargo e Luísa Laval

Em São Paulo

31/01/2022 08h05

Mercados por todo o mundo estão enfrentando a inflação, o que significa que os bancos centrais estão em processo de aperto monetário para tentar contê-la. Quando os juros sobem, os investidores tendem a sair das chamadas ações de crescimento (com forte potencial imediato de alta) e buscar os papéis de valor (com preços hoje abaixo do que o próprio mercado considera justo, dada a perspectiva de lucro). A boa notícia, na avaliação de André Rosenblit, diretor da Santander Corretora, é que o Ibovespa está cheio de empresas de valor.

"(Os estrangeiros) olham a América do Sul, principalmente o Brasil, como o maior polo de commodities do mundo", afirma. "Vale, Petrobras e bancos em geral estão sendo muito demandados pelo estrangeiro", acrescenta ele, que entende que as empresas de commodities e de serviços financeiros estão sendo vistas como empresas de valor. E, juntas, elas representam 60% do Ibovespa.

O Brasil viu sua presença no portfólio de fundos direcionados à região diminuir de aproximadamente 30% para algo perto de 10%, segundo Victor Natal, estrategista de ações do Itaú BBA. No entanto, algumas mudanças recentes de fluxo foram notadas.

"A China vinha em uma tendência crescente até 2020 e, em 2021, deu uma caída. Isso demonstra as preocupações mais recentes com a economia chinesa", avalia Natal. "Outro emergente também vem passando por um momento de volatilidade, que é a Rússia, com esse conflito com a Ucrânia", acrescenta.

Janeiro é um mês costumeiramente mais líquido para mercados emergentes, com o estrangeiro aproveitando para fazer novas rodadas de investimento, segundo Rosenblit.

Mas ele não acredita que isso deve se manter a ponto de, no fim do ano, o acumulado superar o saldo positivo de 2021. "Acho que talvez janeiro seja o melhor mês do ano. Diria que o número fique entre R$ 50 bilhões e R$ 60 bilhões positivo (no total de 2022)." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.