Juro alto enfraquece as criptomoedas

A postura mais firme dos bancos centrais dos países ricos no combate à inflação, com altas nos juros que deixam a renda fixa mais atraente, tem abalado o mercado de criptomoedas. Somente na última semana, o setor perdeu US$ 300 bilhões em valor de mercado no mundo. Com a desvalorização, a quantia total desses ativos virtuais perdeu a marca de US$ 1 trilhão pela primeira vez desde janeiro de 2021 e ronda os US$ 900 bilhões, de acordo com dados da consultoria CoinMarketCap.
O bitcoin despencou do nível de US$ 30 mil por unidade, no qual estava estabilizado há cerca de um mês, para perto de US$ 19 mil. A principal criptomoeda do planeta acumula desvalorização superior a 50% em 2022 e opera nos menores níveis desde o fim de 2020, com valor de mercado de US$ 400 bilhões - distante do pico de US$ 1,2 trilhão há um ano.
"Os temores sobre a inflação e o fim abrupto da era do dinheiro barato levaram as criptomoedas a um precipício, à medida que os investidores se afastam de investimentos mais arriscados", diz a analista Susannah Streeter, da corretora britânica Hargreaves Lansdown.
O derretimento levou muitos especialistas a classificar o contexto atual como um "inverno das criptomoedas", o que pode afastar investidores. Segundo o Banco Central, o Brasil importou US$ 6 bilhões em criptoativos no ano passado.
Em meio ao panorama desafiador, as empresas do setor se preparam para uma crise que pode ser duradoura. A Coinbase demitiu 18% da equipe e sugeriu que novos cortes podem ser necessários.
No Brasil, o grupo 2TM, dono do Mercado Bitcoin, demitiu 90 dos cerca de 750 funcionários. A empresa apontou que o cenário global, com alta de juros e da inflação, levou ao enxugamento.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Apenas assinantes podem ler e comentar
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia os termos de uso