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Ipea eleva previsão de alta do PIB de 2022 para 1,8%, mas reduz a de 2023

Na projeção publicada em 31 de março, as estimativas eram de aumento de 1,1% em 2022 e de 1,7% em 2023 - Getty Images
Na projeção publicada em 31 de março, as estimativas eram de aumento de 1,1% em 2022 e de 1,7% em 2023 Imagem: Getty Images

Daniela Amorim

Rio

30/06/2022 17h35Atualizada em 30/06/2022 18h13

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou nesta quinta-feira, 30, sua estimativa para o desempenho da economia brasileira, que deve ter crescimento um pouco maior que o previsto neste ano, mas menor no próximo. A alta esperada no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2022 é de 1,8%, seguida de avanço de 1,3% em 2023. Na projeção publicada em 31 de março, as estimativas eram de aumento de 1,1% em 2022 e de 1,7% em 2023.

"Acreditamos que a economia tenderá a desacelerar ao longo do segundo semestre de 2022, devolvendo parte do crescimento observado na primeira parte do ano", apontou o Ipea, na Carta de Conjuntura desta quinta-feira, 30.

Para este ano, o Ipea prevê estabilidade no PIB agropecuário (0,0%) e no industrial (0,1%), mas uma expansão de 2,8% nos serviços. Pela ótica da demanda, a expectativa é de alta de 1,6% no consumo das famílias e de 1,5% no consumo do governo. Por outro lado, a Formação Bruta de Capital Fixa (FBCF, medida dos investimentos no PIB) tombaria 2,8%. Quanto ao setor externo, é esperada uma elevação de 2,7% nas exportações, e queda de 2,6% nas importações.

"Em termos desagregados, pelo lado da oferta, esperamos que o crescimento do PIB em 2022 seja liderado pelo setor de serviços, cuja previsão de crescimento é de 2,8%. Acreditamos que o processo de fechamento do hiato dos segmentos mais fortemente atingidos pela crise sanitária continuará. A recuperação do setor de serviços deverá sustentar o bom desempenho dos indicadores de ocupação, gerando um efeito positivo na demanda doméstica", escreveram os pesquisadores responsáveis pela Carta de Conjuntura do Ipea. "Pelo lado da demanda, mantemos a avaliação de que a absorção doméstica será determinante em 2022. A melhora significativa dos indicadores de mercado de trabalho, aliada ao impacto do Auxílio Brasil e outras medidas que estimulam a renda, acarreta impactos positivos sobre o consumo de bens e serviços", completou o documento.

Quanto às projeções para 2023, o Ipea prevê avanços em todos os componentes da oferta: agropecuária (2,5%), indústria (1,0%) e serviços (1,4%). Pelo lado da demanda, a expectativa é de alta de 1,0% no consumo das famílias e de 1,5% no consumo do governo. A FBCF cresceria 3,0%. As exportações subiriam 3,8%, e as importações, 4,0%.

O Ipea espera que a taxa básica de juros, a Selic, atinja um pico de 13,75% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, permanecendo nesse patamar até o final de 2022. Na projeção anterior, o instituto imaginava que a Selic terminal seria de 12,75%.

"A partir de 2023, a expectativa é que a taxa de juros seja reduzida e feche o ano em 10,00%", prevê agora o Ipea, justificando que os juros acompanhariam "o movimento de queda nas taxas de inflação".

O Ipea prevê que a inflação oficial no País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, encerre este ano em 6,6%, descendo a 4,7% em 2023.

O órgão projeta ainda que a taxa de câmbio fique estável entre o fim de 2022 e de 2023 em R$ 5,15.