Inflação volta a subir nos EUA e mercado vê aperto maior nos juros
No acumulado dos últimos 12 meses, o CPI ficou em 8,3% ao fim de agosto, desacelerando frente aos 8,5% de julho. Apesar disso, a surpresa com os dados mensais do indicador empurrou as Bolsas para o vermelho - Dow Jones recuou 3,94%, enquanto a Nasdaq desabou 5,1%; no Brasil, a B3 registrou queda de 2,3% - e levou o mercado a prever maior aperto nos juros.
Em Wall Street, a leitura foi de que o CPI, associado a um mercado de trabalho ainda superaquecido, chancela o já precificado caminho de um terceiro aumento de juros da ordem de 0,75 ponto porcentual na reunião da próxima semana do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Além disso, abriu um debate sobre a possibilidade de uma alta ainda maior, de 1 ponto agora e nos próximos meses.
"Ainda esperamos um aumento de 0,75 ponto mas a perspectiva de desaceleração dos aumentos em novembro e dezembro está agora em dúvida", afirmaram os economistas Aneta Markowska e Thomas Simons, do banco americano Jefferies.
Em linha com os sinais já dados por dirigentes do Fed (em período de silêncio por conta da reunião da próxima semana), as chances de um terceiro aumento de 0,75 ponto chegam agora a 76%, segundo levantamento da plataforma CME Group feita com analistas de bancos. No entanto, a surpresa foi de que o mercado passou a precificar 24% de probabilidade de uma alta de 1 ponto após a inflação de agosto.
Para o economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), Robin Brooks, o CPI de agosto deve influenciar ainda no tom da mensagem do presidente do Fed, Jerome Powell, na próxima semana. Segundo ele, é improvável que a coletiva de imprensa, que ocorre tradicionalmente após a decisão monetária, seja "dovish" (menor ímpeto para subir os juros), como estimava anteriormente. "Estávamos completamente errados sobre a desaceleração da inflação", disse.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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