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'Nosso voo partiu sem a gente': passageiros reclamam de filas em Congonhas

10.out.22 - Aeroporto de Congonhas completamente lotado um dia após avião furar pneu e fechar a pista na cidade de São Paulo - RENATO S. CERQUEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO
10.out.22 - Aeroporto de Congonhas completamente lotado um dia após avião furar pneu e fechar a pista na cidade de São Paulo Imagem: RENATO S. CERQUEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO

Renata Okumura

São Paulo

10/10/2022 12h52Atualizada em 10/10/2022 12h52

O Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, ainda registra cancelamentos e atrasos de voos no final da manhã desta segunda-feira, 10. Até as 9h30, segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), havia 15 voos atrasados e 37 cancelados (20 que chegariam e 17 que partiriam do terminal). Os problemas são reflexos do fechamento da pista principal do aeroporto por quase nove horas no domingo, 9, após um incidente com um jato executivo.

Assim com no domingo, o saguão está lotado de passageiros. Só ontem, de acordo a Infraero, foram 233 cancelamentos - 116 que partiriam do aeroporto e 117 que chegariam. Acompanhe aqui a situação dos voos.

Por volta de 13h30 do domingo, o pneu do trem de pouso traseiro do Learjet 75 prefixo PP-MIX estourou ao pousar em Congonhas. O avião, que vinha de Foz do Iguaçu (PR), foi parar rente ao limite da pista, já ao lado da Avenida Washington Luís, na zona sul de São Paulo. As cinco pessoas a bordo não se feriram, de acordo a Infraero.

DIficuldades

Passageiros enfrentam dificuldade para obter informações e embarcar. Muitas pessoas se aglomeram no check-in da GOL e da Latam. A DJ Mariana Oliveira, de 33 anos, está desde domingo tentando retornar para Goiânia. Ela e mais dois amigos vieram na sexta-feira, 7, para ver o show do sueco Eric Prydz no sábado, 8. O grupo chegou ao aeroporto de por volta das 15h para embarcar às 18h30.

"Quando chegamos ao aeroporto, o avião (que teve o pneu estourado) já estava parado na pista. Todos os voos estavam sendo cancelados. Mas na Gol eles iam postergando, não falaram que iria ser cancelado o voo. Aguardamos até 22h30 para saber que o nosso foi cancelado. Não tem fila prioritária. Idosos passando mal, crianças chorando", disse Mariana.

Ela e os amigos também não conseguiram hospedagem pela companhia aérea, em razão da longa fila de espera. "Para pegar a fila do voucher e de hotel era impossível. Ia até a área de desembarque. Gigantesca. Por sorte, temos amigos de São Paulo e eles nos receberam", contou ela.

De volta ao Aeroporto de Congonhas na manhã desta segunda-feira, Mariana e os amigos estão se revezando na fila da Gol para tentar remarcar o voo. "Voltamos para tentar remarcar o voo entre hoje e amanhã. Estamos desde as 7h30 aqui. Não há informações sobre nada. Já são mais de 3 horas na fila", disse a DJ, que já avisou no trabalho que não tem previsão para voltar.

O ator Marcos Coletta, de 35 anos, faz parte de um grupo de teatro que aguarda para embarcar nesta segunda-feira para Belo Horizonte. "Nosso voo estava previsto para sair hoje às 9h40, chegamos bem antes do horário. Começamos a enfrentar a fila. Nosso voo partiu sem a gente. Quando apareceu que tinha aberto o embarque no painel, perguntamos se deveríamos ir para outro local, mas disseram que era para continuarmos na fila. Estamos tentando chegar ao guichê para tentar entender o que vão fazer. Se vão remarcar nosso voo. Já estamos desde as 8h na fila", disse Coletta.

"O caos já está instalado. A pior parte é a falta de informações. Mas não dá para julgar muito porque são centenas de pessoas buscando informações aqui no aeroporto", completou o também ator Ítalo Laureano, de 39 anos, que estava com Coletta na fila do check-in da Gol.

Também em busca de informações, o engenheiro de controle e automação Jean Carvalho Lopes, de 29 anos, está com a mulher e o filho de 7 meses em Congonhas. Eles são de Mato Grosso do Sul e estão indo para o Rio de Janeiro, em viagem a passeio. O voo para o Aeroporto Santos Dumont está marcado para 19h40. "Estamos aguardando informações sobre o nosso voo, como devemos proceder. Ainda não sabemos se realmente foi cancelado", disse Lopes.

Com a fila prioritária da Gol lotada, a professora Aline Pedroni Miranda, de 33 anos, o marido e o pequeno Pedro, de 2 anos, decidiram permanecer na fila comum, na tentativa de tentarem embarcar para o Recife. É a primeira viagem de avião do filho, que ainda estava animado. "A fila prioritária também está grande. Ficamos aqui mesmo. Chegamos por volta das 10h30 no check-in. Nosso voo está previsto para 12h35. Espero que a gente consiga embarcar", afirmou Aline.