Confiança do comércio cai 10,8 pontos em novembro ante outubro, diz FGV
Foi a segunda queda seguida no indicador, refletindo, segundo a FGV, um arrefecimento no ritmo de vendas no comércio, que acaba por contaminar as expectativas em relação ao desempenho da atividade nos próximos meses. Em nota, a entidade destacou que, além de mais forte do que a queda registrada em outubro, o tombo do Icom em novembro foi disseminado.
"Os empresários percebem uma forte desaceleração da atividade no momento e projetam piora para os próximos meses, em linha com um cenário mais restritivo de elevada taxa de juros, inflação e redução do ímpeto de consumo dos consumidores", diz a nota divulgada pela FGV, destacando que a "deterioração" na confiança do empresário do comércio em novembro chamou a atenção pela "intensidade e disseminação".
Além do arrefecimento no ritmo de vendas, o cenário político pode ainda estar contaminando as expectativas em relação aos próximos meses, ressaltou a FGV. "A despeito do fim do período eleitoral, fatores políticos parecem contribuir negativamente com o cenário limitando a melhora dos negócios nos próximos meses, o que torna difícil vislumbrar a trajetória da confiança nos próximos meses", diz a nota.
O tombo no Icom foi disseminado porque ocorreu em todos os seis segmentos do comércio pesquisados na Sondagem do Comércio. E correu tanto na comparação com outubro quanto ante novembro de 2021. Em relação a um ano antes, o Icom agregado caiu 0,9 ponto.
A piora na confiança em novembro foi marcada pela percepção em relação ao desempenho da atividade no presente porque o Índice da Situação Atual (ISA-COM) despencou 12,6 pontos, ficando em 89,7 pontos, menor nível desde março deste ano. "Os dois indicadores que compõe o ISA-COM também tiveram significativa queda no mês, o volume de demanda atual caiu 11,6 pontos e a situação atual dos negócios 13,5 pontos", diz a nota da FGV.
Já o Índice de Expectativas (IE-COM) recuou 8,6 pontos, atingindo 85,2 pontos. Conforme a FGV, é o menor nível desde julho passado. A nota divulgada pela entidade diz que essa queda foi "influenciada pela piora das perspectivas de vendas nos próximos meses cujo indicador diminuiu 10,8 pontos e queda de 6,2 pontos no indicador que prevê a tendência dos negócios nos próximos seis meses".
A Sondagem do Comércio de novembro coletou informações de 700 empresas entre os dias 1º e 27 deste mês.
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