Fecomércio-RJ pede que BC seja 'mais flexível' e diz que juro é 'impraticável'
Em meio à ofensiva de Lula ao Banco Central, com críticas ao patamar dos juros no País, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro divulgou hoje uma nota em que defende que o BC tenha uma postura "mais flexível" em relação à meta de inflação, a fim de permitir a redução da taxa básica de juros, a Selic.
"Não se trata de discutir a independência do Banco Central, mas a meta de inflação e, por consequência, a taxa de juros devem ser revistas em razão das inúmeras evidências técnicas, no país e no mundo, de que metas de inflação descoladas da conjuntura atual têm sido mais prejudiciais para a atividade econômica do que um caminho para combater a inflação", diz a nota.
Segundo o documento, assinado pelo presidente da Fecomércio RJ, Antonio Florencio de Queiroz Junior, na teoria, uma meta de inflação baixa poderia representar avanços institucionais - o que não ocorre na prática, segundo a federação. "O que vemos na prática é que, em uma análise técnica, a meta de inflação no padrão atual está em descompasso com o desempenho da economia brasileira e do mundo", diz o texto.
"O resultado disso é que o Banco Central tem aplicado taxas altas, impraticáveis e, infelizmente, ineficientes ao seu propósito. Assim, deve-se discutir a flexibilização das metas, de modo que o Banco Central possa na sequência reduzir as taxas sem se descolar de metas, sempre dentro da realidade e do momento de nossa economia", defende a Fecomércio RJ.
Como mostrou o Estadão, o cabo de guerra do governo Lula com o presidente do BC reforça a expectativa de que o petista pretende mudar as metas de inflação na tentativa de brecar o risco de uma recessão. Lula vem fazendo críticas à meta de inflação dizendo que ela é muito baixa e que persegui-la trava o crescimento econômico do País.
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