Presidente do Fed diz que houve corrida bancária sem precedentes nos EUA
"Então, em um nível básico, a administração do Silicon Valley Bank falhou terrivelmente. Eles fizeram o banco crescer muito rapidamente, expuseram o banco a um risco significativo de liquidez e risco de taxa de juros, mas não cobriram esse risco", disse Powell. "Foi um grupo muito grande de depositantes conectados, concentrados em uma corrida muito, muito rápida do que o registro histórico sugere", avaliou.
Nesse sentido, Powell destacou que o Fed está fazendo uma revisão da supervisão e regulamentação para identificar o que deu errado. O objetivo, disse, é fazer uma avaliação de quais são as políticas corretas a serem implementadas para que isso não aconteça novamente e, em seguida, implementar essas políticas.
"É claro para mim que precisamos fortalecer a supervisão e a regulamentação. E presumo que haverá recomendações e pretendo apoiar a sua implementação", afirmou o presidente do BC dos EUA, evidenciando a importância das investigações independentes da quebra recente de bancos nos EUA.
Segundo ele, o Fed tem instrumentos para proteger os depositantes e que serão usados caso necessário. Powell afirmou ainda que o aumento do seu balanço de ativos em meio à turbulência bancária é "temporário" para ajudar a resolver os problemas nos bancos americanos e descartou mudanças no processo de redução.
Sobre o Credit Suisse, que levou a turbulência bancária para o outro lado do Atlântico e teve de ser vendido às pressas ao UBS, Powell afirmou que o Fed acompanhou os desdobramentos e que o resultado parece ter sido "positivo". "Os mercados aceitaram e parece ter corrido bem, e acho que havia uma preocupação de que pudesse não correr bem... Sim, eu diria que correu bem", afirmou.
Sobre o efeito da turbulência bancária na possibilidade de a maior economia do mundo conseguir fazer um pouso suave este ano e escapar da recessão, o presidente do BC dos EUA disse que ainda é cedo para saber. "É muito cedo para dizer se realmente houve mudanças nisso. A questão será por quanto tempo esse período é sustentado, quanto mais tempo for sustentado, maior será o possível declínio", avaliou.
Para Powell, o impulso fiscal agora não é o que está mantendo a inflação elevada. "Não estamos de mãos atadas. Se precisarmos elevar juros, faremos isso", acrescentou.
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