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Juro médio no crédito livre sobe a 44,2% em fevereiro; cheque especial avança a 137,4%

Para pessoas físicas, juros no crédito livre passaram de 56,6% para 58,2% ao ano de janeiro para fevereiro, enquanto para pessoas jurídicas foi de 25,3% para 24,2%. - praetorianphoto/iStock
Para pessoas físicas, juros no crédito livre passaram de 56,6% para 58,2% ao ano de janeiro para fevereiro, enquanto para pessoas jurídicas foi de 25,3% para 24,2%. Imagem: praetorianphoto/iStock

Eduardo Rodrigues e Célia Froufe

Em Brasília

29/03/2023 10h30

Mesmo após o fim do ciclo de alta da Selic, a taxa média de juros no crédito livre subiu de 43,5% ao ano em janeiro para 44,2% ao ano em fevereiro, informou nesta quarta-feira, 29, o Banco Central (BC). No segundo mês de 2022, era de 36,5%.

Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre passou de 56,6% para 58,2% ao ano de janeiro para fevereiro, enquanto para as pessoas jurídicas foi de 25,3% para 24,2%.

Cheque especial

Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa disparou de 131,1% ao ano para 137,4% ao ano de janeiro para fevereiro. No crédito pessoal, a taxa passou de 41,7% para 42,2% ao ano.

Desde 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. Em fevereiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao mês (151,82% ao ano).

Veículos

Os dados divulgados nesta quarta pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 29,1% ao ano em janeiro para 29,0% em fevereiro.

A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES) permaneceu em 31,2% ao ano de janeiro para fevereiro. No segundo mês de 2022, estava em 26,0%.

ICC

Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) subiu 0,3 ponto porcentual em fevereiro ante janeiro, aos 22,3% ao ano. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque.

Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.

Spread

De acordo com o BC, o spread em operações de crédito apresentou elevação/queda em fevereiro. Os dados divulgados mostram que o spread bancário médio no crédito livre passou de 30,6 pontos porcentuais em janeiro para 31,6 pontos porcentuais em fevereiro.

O spread médio da pessoa física no crédito livre passou de 43,5 para 45,6 pontos porcentuais entre os dois meses. Para pessoa jurídica, o spread médio passou de 12,7 para 11,8 pontos porcentuais.

O spread é calculado com base na diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e o que é efetivamente cobrado dos clientes finais (famílias e empresas) em operações de crédito.

O spread médio do crédito direcionado permaneceu inalterado em 4,4 pontos porcentuais na passagem de janeiro para fevereiro.

Já o spread médio no crédito total (livre e direcionado) foi de 20,5 para 20,9 pontos porcentuais de janeiro para fevereiro.

Inadimplência

A taxa de inadimplência total nas operações de crédito livre com os bancos em fevereiro repetiu a taxa de 4,5% de janeiro, informou o Banco Central.

Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência também continuou em 6,1% de um mês para o outro. No caso das empresas, variou de 2,3% para 2,4% no período.

A inadimplência do crédito direcionado (recursos da poupança e do BNDES) aumentou de 1,3% para 1,6% em fevereiro ante janeiro.

Já o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência variou de 3,2% em janeiro para 3,3% em fevereiro.

Endividamento das famílias

Na mira do governo federal, o endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro fechou 2022 em 49,0%, menor do que no fim de 2021 (49,7%). Em janeiro deste ano, o endividamento ficou em 48,8%, conforme a Nota de Crédito de fevereiro divulgada pelo BC. O recorde da série histórica do Banco Central ocorreu em julho do ano passado (50,1%).

Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 31,0% no encerramento de 2022 e em janeiro deste ano. Estava em 31,5% em novembro.

Já o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) terminou o ano passado em 27,3%, contra 27,7% no mês anterior. Em janeiro, ficou em 27,1%.

Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda ficou em 25,3% no fim de 2022, ante 25,7% em novembro. Em janeiro, ficou em 25,1%.