Não há relação mecânica entre convergência de inflação e aprovação do arcabouço, diz BC na ata
Assim como no comunicado, o BC reconheceu que a apresentação da proposta do novo marco reduz parte das incertezas fiscais, em conjunto com a reoneração dos combustíveis. Mas indicou que o processo de desinflação tende a ser mais lento em um ambiente de desancoragem das expectativas - o que ocorre atualmente. Isso demanda maior atenção na condução da política monetária, disse o colegiado no comunicado e na ata.
"O Copom enfatiza que não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a aprovação do arcabouço fiscal, e avalia que a desancoragem das expectativas de longo prazo eleva o custo da desinflação necessária para atingir as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional", avaliou o BC na ata. "Nesse cenário, o Copom reafirma que conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas", acrescentou.
No balanço de riscos, que continuou com fatores em ambas as direções, o BC ainda mencionou que as dúvidas sobre o desenho final do arcabouço a ser aprovado pelo Congresso são uma ameaça de alta para a inflação, principalmente seu efeito nas expectativas para a trajetória da dívida pública e da inflação, nos preços dos ativos.
Além da questão fiscal, entre os riscos de alta, o BC citou uma maior persistência das pressões inflacionárias globais e uma desancoragem maior, ou mais duradoura, das expectativas de inflação para prazos mais longos.
Dentre os riscos de baixa, estão uma queda adicional dos preços das commodities e uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada, especialmente considerando as condições adversas no sistema financeiro global.
O BC mencionou ainda como risco de baixa uma desaceleração na concessão doméstica de crédito maior do que seria compatível com o atual estágio do ciclo de política monetária.
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