Setor financeiro não quer privilégios na reforma tributária, diz entidade
"É uma decisão política, se vamos tributar o spread bancário (diferença entre custo de captação e juros cobrados no crédito) ou se vamos tributar o restante dos produtos da indústria financeira e isso compensa a arrecadação", diz ele ao Estadão/Broadcast, na primeira entrevista que concede após assumir a presidência da entidade, em fevereiro.
Ex-presidente da Câmara (2016-2021) e hoje atuando na iniciativa privada, Maia afirma ainda que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem mostrado abertura ao diálogo em diferentes frentes. Isso inclui as discussões sobre o crédito rotativo, que tem os juros mais altos entre linhas destinadas a pessoas físicas, e que está na mira do governo.
Maia afirma que ainda não se bateu o martelo nas discussões, que envolvem o setor financeiro, o Ministério da Fazenda e o Banco Central, que validará uma possível solução. A ideia é não gerar um cataclismo no parcelado sem juros - segundo os bancos, é subsidiado pelo rotativo. "Esse produto (o parcelado) representa 40% da renda e 20% do PIB", diz. "Tem de se procurar uma solução que trabalhe esse lado (os juros altos) sem prejudicar a atividade econômica. No cartão de crédito, os juros dos 75% das pessoas que parcelam são financiados pelos 25% que entram no rotativo."
Maia afirmou que há um consenso de que os juros do crédito são altos. "Os juros altos não interessam a ninguém, muito menos aos bancos, porque o desgaste é na imagem dos bancos, mas são consequência de um produto que só existe no Brasil, o parcelado sem juros", disse. Segundo ele, não existe financiamento sem juros. "Acho que o ministro Haddad entendeu, e agora está se conversando para resolver o problema sem inviabilizar o produto."
Ele, no entanto, não descarta o fim do crédito rotativo. "Não há uma decisão, porque passa pelo regulador, pela indústria financeira e pelo governo", afirmou Maia.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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