Lula disse a industriais que não teria ainda como entregar pacote
Quando Lula convidou cerca de 40 empresários da indústria e sindicalistas para uma reunião na manhã desta quinta-feira, 25, no Planalto, a expectativa era de que o mistério fosse desfeito e as medidas, anunciadas. Mas, logo na chegada, avisou aos ouvintes de uma maneira que soou informal e franca: "Olha, não tem como ter anúncio agora, não. Vamos ter de acertar mais", segundo relatou um dos ouvintes.
O clima de decepção que se criou entre os presentes foi amenizado ao longo da reunião de duas horas e contou com falas de Geraldo Alckmin e de Fernando Haddad. A presença do chefe da economia foi importante para os industriais, pois indicou que, apesar da urgência fiscal (de arrecadar mais), a Fazenda havia aceitado o plano do governo de abrir mão de impostos para ajudar a indústria.
Uma vez que não haveria anúncio, o presidente do grupo Stellantis (Fiat, Citroën, Jeep e Peugeot), Antonio Filosa, sugeriu que o governo informasse ao menos a linha de corte do mercado que seria afetado. Coube a Alckmin anunciar que o governo mira benefícios para automóveis de até R$ 120 mil.
Não foi informado o impacto fiscal do programa, o prazo de duração, já que é temporário, tampouco a redução por alíquota do IPI e do PIS/Cofins.
Partiu do Palácio do Planalto, mais precisamente de Lula, a encomenda de um plano com foco no setor automotivo. A missão ficou a cargo do MDIC, que por sua vez estava trabalhando em agendas de mais longo prazo, como a chamada "neoindustrialização" e a próxima geração do Rota 2030, programa voltado ao setor automotivo para estimular a descarbonização.
Contrapartida
Industriais estão cientes e se dizem conformados com o aviso, reafirmado na reunião, de que serão cobrados por contrapartidas, como a fabricação da maior parte dos automóveis no Brasil (conteúdo local), e de veículos menos poluentes. "Queremos empregos e a nacionalização da fabricação de peças", disse Miguel Torres, presidente da Força Sindical, ao Estadão.
Os presentes não discordaram do governo quando ouviram previsões mais otimistas para o ambiente de negócios com a conclusão da votação do novo arcabouço fiscal e da reforma tributária. E após uma fala dura de Robson Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), sobre a alta taxa de juros praticada pelo BC, todos os presentes demonstraram concordar.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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