Com otimismo sobre emprego, intenção de consumo das famílias cresce 2,6% em junho, diz CNC
O ICF alcançou o patamar de 97,3 pontos, aproximando-se assim da zona favorável (a partir de 100 pontos). Em relação a junho de 2022, houve um avanço de 21,3% no indicador.
Na passagem de maio para junho, todos os sete componentes do ICF apresentaram crescimento, completando o terceiro mês consecutivo de melhora disseminada por todos os itens pesquisados.
A trégua da inflação e o mercado de trabalho aquecido têm contribuído para aumentar a disposição ao consumo, enquanto o endividamento em nível elevado e os juros altos ainda limitam a capacidade de gastos, ponderou a CNC, em nota.
A entidade lembra que quatro dos sete componentes do ICF já estão em patamar de otimismo, acima dos 100 pontos: emprego atual (com alta de 1,8% em junho ante maio, para 122,3 pontos, maior nível desde março de 2015), renda atual (+2,4%, para 115,7 pontos), perspectiva profissional (+4,9%, para 114,3 pontos) e perspectiva de consumo (+1,4%, para 101,0 pontos).
Os demais componentes também avançaram: nível de consumo atual (+1,8%, para 81,2 pontos), acesso ao crédito (0,7%, para 88,4 pontos) e momento para consumo de bens duráveis (+6,5%, para 57,8 pontos).
A maior satisfação com o emprego atual é reflexo da geração de vagas formais pelo setor de serviços e pela construção civil, setores que vêm contratando pessoas com menor nível de escolaridade, avaliou a economista Izis Ferreira, responsável pela pesquisa da CNC. Já o componente que mede a intenção de compra de bens duráveis, embora tenha avançado significativamente, permanece em patamar baixo.
"Isso demonstra que, mesmo que o consumidor esteja mais animado com as compras a prazo, principalmente por estar mais seguro no emprego, o crédito seleto e caro limita a aquisição desse tipo de produto", justificou Izis Ferreira, em nota oficial.
A pesquisa da CNC apontou que quatro em cada 10 consumidores relataram ter mais dificuldade de obter crédito.
O avanço na intenção de consumir em junho foi mais expressivo entre os consumidores de rendas média e baixa (com alta de 3,1% ante maio) do que entre os consumidores de renda alta (com crescimento de 2,2%).
"A diferença é provocada pela melhor perspectiva profissional, indicador que cresceu 5,8% no grupo que ganha menos de 10 salários mínimos. Além de mais seguros no emprego, 52% acreditam que terão melhores condições de trabalho nos próximos meses, a maior proporção desde abril de 2015. A perspectiva profissional também aumentou para os de maior renda, mas em menor escala, com majoração de 2,8%", relatou a CNC.
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