IBGE: Renda domiciliar per capita subiu R$ 49 bi desde a pandemia e atinge recorde
Rio, 19
19/04/2024 10h26
As famílias brasileiras conseguiram em 2023 ultrapassar o patamar de renda perdido durante o período de covid-19 e registrar um novo recorde. Com a retomada da economia e os programas de transferência de renda, a massa de renda domiciliar per capita do brasileiro foi a maior da série histórica e ultrapassou em R$ 49 bilhões o nível registrado em 2019, antes da pandemia. É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2023 - Rendimento de todas as fontes, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A massa de rendimento mensal real domiciliar per capita - soma de toda a remuneração das famílias, do trabalho, de fontes formais e informais, incluindo apoios pagos pelo governo, como bolsas e aposentadoria - totalizou R$ 398,3 bilhões, o que corresponde a aumento de 12,2% frente ao ano anterior e de 9,1% na comparação com 2019.
"Em todas as grandes regiões, a gente observou a expansão do porcentual da população com alguma fonte de rendimento, sendo que a região Sul apresentou a melhor estimativa de todos os anos da série (68,8%), e as regiões Norte e Nordeste os menores (57,8%)", informou o analista do IBGE Gustavo Fontes.
A pesquisa mostra que, tanto pelo trabalho como por outras fontes de renda, 64,9% da população - ou cerca de 140 milhões de pessoas - tinha algum rendimento no ano passado, contra 62,6% em 2022, de uma população total de 215,6 milhões.
A ocupação por trabalho subiu para 46% em 2023, contra 44,5% em 2022 e 44,3% em 2019. Também o rendimento por outras fontes avançou no ano passado, para 26%, depois de registrar 24,4% no ano anterior e 23,6% em 2019. Nos dois casos, o rendimento superou o patamar anterior à pandemia. São consideradas outras fontes, segundo o IBGE, como aposentadoria, pensões, aluguel, arrendamento, programas sociais, aplicações financeiras, entre outras.
"Houve crescimento tanto no trabalho como em outras fontes. Já se observa um porcentual acima do que ocorreu em 2019, ano que antecedeu a pandemia", disse Fontes.
Segundo o estudo, o destaque de rendimento por outras fontes são as aposentadorias e pensões, somando 13,4% do total, seguidas por "outros rendimentos", onde se incluem os programas sociais, com 10,1% em 2023, contra 8,9% em 2022 e 7,8% em 2019.
As regiões Norte e Nordeste foram as que registraram maior proporção de pessoas com outros rendimentos - onde se incluem os programas sociais -, superando a aposentadoria e pensões. Nas demais regiões, as aposentadorias e pensões superam com vantagem o rendimento por programas sociais.
A proporção de domicílios do País com algum beneficiário do programa Bolsa Família saltou de 16,9% em 2022 para 19,0% em 2023, recorde da série da pesquisa. Em 2019, esse porcentual era de 14,3%. Entre 2019 e 2023, enquanto o rendimento per capita do grupo de domicílios que recebiam o Bolsa Família cresceu 42,4% (de R$ 446 para R$ 635), entre aqueles que não recebiam o benefício a variação foi de 8,6% (de R$ 2.051 para R$ 2.227).
"Houve um aumento importante em relação a 2022, mas sobretudo em relação a 2019: uma expansão bastante acentuada do rendimento médio do componente 'outros rendimentos', e isso se deve sobretudo ao aumento do maior valor médio do Bolsa Família em 2023", destacou Fontes.
O rendimento médio mensal real domiciliar per capita também chegou ao maior valor da série histórica da pesquisa: R$ 1.848, com alta de 11,5% ante 2022. Em relação a 2019 (R$ 1.744), ano que anteriormente possuía o valor máximo da série histórica, a elevação foi de 6,0%.
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