Abeeólica: prioridades para 2025 incluem fim de subsídios e revogação de benefícios a térmicas

A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) apresentou no Congresso Nacional as prioridades do setor para o ano de 2025, incluindo projetos de lei defendidos pelo grupo, o fim da concessão de subsídios para "tecnologias amplamente conhecidas" e a revogação da expansão de usinas termelétricas.

O grupo também mostrou apoio ao projeto de lei nº 5.719/2023 que altera lei sobre a concessão de financiamento vinculado à exportação de bens ou serviços nacionais. Outra defesa é o incentivo à produção nacional de fertilizantes.

Vejas a lista de prioridade:

Fim dos Subsídios

A entidade defende o fim da concessão de novos subsídios tarifários que tenham o caráter de "perpetuar benefícios injustificáveis do ponto de vista econômico". É citada a exploração de tecnologias já amplamente conhecidas e inseridas no mercado brasileiro.

Micro e Minigeração Distribuída ("MMGD")

A Abeeólica defende a rejeição dos projetos com eventual alteração da Lei 14.300/2020, que instituiu o marco legal da microgeração e minigeração distribuída. O grupo quer afastar a "expansão predatória" de benefícios já previstos e argumenta que os incentivos fiscais e tarifários já foram capazes de trazer os resultados almejados.

Abertura do Mercado Livre

É defendida uma ampliação gradual e controlada do acesso ao mercado livre, garantindo a "alocação de encargos, a redução de subsídios e isonomia entre os usuários do sistema", declara. A Abeeólica também fala em inclusão da baixa tensão consumidores residenciais.

Continua após a publicidade

Autoprodução de energia

A associação avalia que eventuais alterações no regime de autoprodução podem prejudicar a expansão das fontes eólica e solar. Nesse modelo, o consumidor investe em geração para consumo próprio. "É importante que a segurança jurídica-regulatória seja preservada para as outorgas existentes e já solicitadas", diz.

Revogação da Expansão das Termelétricas

O grupo critica a Lei de Privatização da Eletrobras (Lei nº 14.182/21) que estabeleceu, entre outros itens, a obrigatoriedade de contratação de 8 GW de usinas termelétricas a gás. "Os custos dessa decisão para o consumidor são elevadíssimos, além de ir contra as metas de redução de efeitos climáticos", aponta.

Pagamento de Compensação Financeira por Fontes Renováveis

Continua após a publicidade

Há uma compensação financeira que os agentes geradores de energia eólica e solar precisam fazer, a partir do impacto sobre o espaço territorial. A entidade defende que a compensação somente faz sentido quando "os impactos negativos superam os benefícios obtidos, o que não é o caso da exploração do recurso renovável".

Reforma Tributária da Renda

A Abeeólica diz que há um compromisso em contribuir para as discussões e análises técnicas à elaboração dos futuros projetos de lei sobre a reforma tributária com foco na renda. A contribuição se dará, segundo o grupo, por meio da contratação de estudos elaborados por assessorias especializadas na matéria.

Inteligência Artificial e Data Centers

A Abeeólica defende a criação de iniciativas e esforços que "estimulem o treinamento e o uso de modelos de inteligência artificial no Brasil". É mencionado também o "adensamento" da cadeia produtiva de software, hardware e outros equipamentos para construção de data centers para o uso em cloud em nuvem e para inteligência artificial (grande escala).

Programa de Desenvolvimento da Indústria de Fertilizantes (PROFERT)

Continua após a publicidade

Ao defender a produção nacional de fertilizantes, a associação cita que o PROFERT (previsto no projeto de lei nº 699/23) é um mecanismo que "possibilita a retomada da economia por meio da indução de incentivos tributários e fiscais à indústria de hidrogênio verde e fertilizantes verdes e possibilitará a substituição das elevadas importações desse insumo".

Soluções de Armazenamento de Energia para o Sistema Interligado

A Abeeólica defende a inserção de sistemas de armazenamento a baterias ("BESS") no sistema interligado nacional e cita a "elevada flexibilidade operativa" desses sistemas, com impacto positivo em minimizar os cortes de geração (curtailment).

Exportações de Serviços de Engenharia e Equipamentos

O grupo aponta que é importante apoiar a exportação de serviços de engenharia e o desenvolvimento de projetos, desde sua origem. A associação expressa apoio, especificamente, ao projeto de lei nº 5.719/2023 que altera lei sobre concessão de financiamento vinculado à exportação de bens ou serviços nacionais.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.