Índice de Preços de Alimentos da FAO sobe com alta de açúcar, lácteos, óleo e cereais

O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) teve média de 127,1 pontos em fevereiro, avanço de 2,0 pontos (1,6%) ante janeiro. Segundo a FAO, todos os subíndices subiram no mês, com exceção das carnes que ficaram em estabilidade. O índice mensal ficou 9,7 pontos (8,2%) acima de fevereiro do ano passado, mas permaneceu 33,1 pontos (20,7%) abaixo do pico atingido em março de 2022.

O subíndice de preços dos Cereais registrou média de 112,6 pontos no mês passado, alta de 0,8 ponto (0,7%) ante janeiro, mas 1,2 ponto (1,1%) abaixo de fevereiro de 2024. Segundo a FAO, os preços do trigo aumentaram com a oferta restrita na Rússia, além das preocupações com condições climáticas desfavoráveis no país, em partes da Europa e nos Estados Unidos.

Os preços do milho continuaram sua tendência altista, principalmente devido ao aperto de suprimentos sazonais no Brasil, piora das condições de safra na Argentina e forte demanda para exportação nos EUA. Entre outros grãos, a cevada e o sorgo avançaram, enquanto o Índice de Preços de Arroz da FAO caiu 6,8% no mês.

O levantamento da FAO também mostrou que o subíndice de preços dos Óleos Vegetais registrou média de 156,0 pontos em fevereiro, alta de 3,0 pontos (2,0%) ante janeiro, e 35,1 pontos (29,1%) acima do nível de 2024.

Após breve recuo em janeiro, o óleo de palma se recuperou e manteve seus prêmios sobre os concorrentes, sustentado por produções menores no Sudeste Asiático e expectativas de aumento da demanda da indústria de biodiesel na Indonésia.

Enquanto isso, os preços do óleo de soja subiram com a firme demanda global, particularmente do setor alimentício. Já os preços dos óleos de girassol e colza tiveram apoio das preocupações com um aperto na oferta nos próximos meses.

Já o subíndice de preços da Carne da FAO teve média de teve média de 118,0 pontos em fevereiro, recuo de 0,1 ponto (0,1%) ante janeiro, mas ainda 5,4 pontos (4,8%) acima do valor correspondente do ano passado.

As cotações da carne bovina se fortaleceram com o aumento dos preços na Austrália em meio à forte demanda global, particularmente dos EUA. O aumento, contudo, foi limitado pelos preços menores do produto brasileiro devido à ampla oferta de gado.

Os preços da carne de aves caíram com a oferta global abundante, principalmente com as altas disponibilidades do Brasil e apesar dos contínuos surtos de gripe aviária em outros produtores, disse a FAO. Com isso, os preços da carne suína caíram, pressionados por cotações mais baixas na União Europeia.

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"Embora os preços tenham mostrado sinais de estabilização, eles permaneceram abaixo dos níveis do início de janeiro (antes do surto de febre aftosa) devido a um superávit causado por restrições comerciais à carne suína alemã", afirmou a organização em nota.

O relatório mostrou, ainda, que o subíndice de preços de Lácteos teve média de 148,7 pontos em fevereiro, alta de 5,7 pontos (4,0%) em relação a janeiro e 28,0 pontos (23,2%) acima de 2024.

Segundo a FAO, o preço do queijo aumentou pelo terceiro mês seguido, com alta de 4,7% ante janeiro, em virtude da forte demanda em meio a recuperação da produção na Europa, compensada por perdas na Oceania. As cotações do leite em pó integral ganharam 4,4% no mês com a demanda robusta.

A manteiga se recuperou com alta de 2,6%, devido ao declínio da produção na Oceania coincidindo com a forte demanda. O preço do leite em pó desnatado registrou alta de 1,8%, com a produção sazonalmente mais alta na Europa compensada pelo declínio na Oceania.

De acordo com a instituição, o subíndice de preços do Açúcar teve média de 118,5 pontos no mês passado, alta de 7,3 pontos (6,6%) ante janeiro, depois de três quedas mensais, mas ainda 22,2 pontos (15,8%) abaixo de janeiro de 2023. O aumento foi motivado por preocupações com a oferta global mais restrita em 2024/25.

"As perspectivas de produção em declínio na Índia e as preocupações com a influência recente do clima seco na próxima safra no Brasil, que exacerbou o efeito sazonal, sustentaram o ganho", disse a FAO.

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Além disso, o real fortalecido ante o dólar, que tende a afetar as exportações do Brasil, contribuiu para o aumento geral, acrescentou.

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