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Vendas de carnes sem antibióticos crescem 23% nos EUA

02/02/2016 10h25

SÃO PAULO - O comércio de carnes produzidas a partir de criações livres do uso de antibióticos vêm crescendo no mercado dos Estados Unidos. Desde 2014, as vendas deste segmento aumentaram 23%.

Hoje, este tipo de produto já representa 5% da carne consumida por lá, numa tendência que pode ganhar corpo mundialmente. A informação foi um dos principais destaques de painel da Alltech, durante a International Production & Processing Expo (IPPE), considerado o principal evento de negócios do mundo dedicado à indústria de proteína animal, realizado na semana passada (26 a 28 de janeiro), em Atlanta, na Georgia (EUA).

No painel, que teve como principal atração palestra do professor Stephen Collett, associado da Poultry Research Center, da Universidade da Georgia, destacou-se que o interesse por esse tipo de produto [carne proveniente de animais que não tiveram antibióticos ministrados em sua dieta] tem se intensificado e pressionado os produtores em atender a demanda. Exemplo é uma famosa rede de fast food que anunciou a produção de hambúrgueres de frango somente com matéria-prima sem uso de antibióticos. 

Com 20 anos de experiência na implantação de programas livres de antibióticos na área de proteína animal, o professor Collett ressaltou que o “progresso é muito lento, entretanto grandes empresas vêm fazendo uso dessas tecnologias atingindo bons resultados". De acordo com o especialista, o principal desafio é motivar o pensamento no setor. “Mudar um paradigma de 60 anos de uso de antibióticos é muito difícil. Como uma voz solitária por algum tempo, eu poderia ter me desmotivado."

Em sua exposição, Collett apresentou sua estratégia de gestão de saúde digestiva para o segmento da avicultura, a qual maximiza o bem-estar das aves, sua assimilação de nutrientes e desempenho.

"O nosso objetivo número um é acelerar o desenvolvimento da flora intestinal do animal, tornando-o um sistema maduro", disse. "A segunda prioridade é reabilitar a saúde do intestino grosso." O professor discutiu principalmente como gerenciar esse desafio controlando a coccidiose, histomonose e cochlosoma sem antibióticos.

O programa utilizado por Collett para reabilitar e acelerar a evolução da microbiota intestinal atua em três frentes. Entre elas, na microbiologia intestinal, fixando bactérias patógenas negativas (E. coli y Salmonela). Outro ponto é na morfologia intestinal, aumentando o tamanho das vilosidades intestinais com repercussão positiva na conversão alimentícia melhorando a capacidade de absorção dos nutrientes.