Recuperação judicial da Petrobras pode ser parte da solução, diz guru dos emergentes
SÃO PAULO - Com uma dívida bastante elevada e enfrentando muitas dificuldades financeiras, a Petrobras poderia considerar um pedido de recuperação judicial em seu processo para reestruturar as dívidas e os negócios. É o que afirmou presidente-executivo da Franklin Templeton Emerging Markets, Mark Mobius, que faz a gestão de US$ 30 bilhões em ativos, durante entrevista em São Paulo nesta sexta-feira (5).
"O uso do 'capítulo 11' poderia ser parte da solução [para a Petrobras]. Há os aspectos legais, que podem ser difíceis por conta das garantias que são dadas", afirmou Mobius, conhecido como "guru dos emergentes".
O chamado "chapter 11" é o capítulo da lei que nos EUA representa a recuperação judicial. "Diversas companhias utilizaram o Chapter 11, uma coisa que é até recomendada", afirmou. Para ele, também é necessário que a companhia realize a venda de ativos.
A Franklin Templeton zerou a sua exposição em Petrobras há seis meses, decidindo se desfazer da posição após ter ficado claro o impacto do escândalo da Operação Lava Jato sobre a estatal. Sobre a Lava Jato, o gestor disse que corrupção é um problema pelo mundo, abrangendo países emergentes e desenvolvidos, mas há boa notícia: "o aumento da transparência".
Para Mobius, a Petrobras volta a ser atrativa para os investidores com a recuperação do preço do petróleo e a redução do endividamento da empresa. Outro fator complicador para a companhia é o seu custo de produção, mais alto porque possui exploração em águas de grande profundidade, no pré-sal. Para a Petrobras voltar a ser rentável, o preço do barril de petróleo deveria subir para US$ 80.
“O petróleo se recuperará, já há sinais disso, mas enquanto isso a situação das companhias de petróleo é delicada”, afirmou o gestor. Como ponto positivo, está o fato de a companhia ser diversificada e que, atualmente, está ganhando no varejo ao vender os combustíveis a um preço mais alto.
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