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Brasil se perdeu completamente e acordou num pesadelo de um país paralisado, diz Armínio

14/02/2016 12h25

SÃO PAULO - Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o  presidente do Banco Central durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso - e apontado para ser o ministro da Fazenda caso o senador Aécio Neves (PSDB-MG) vencesse as últimas eleições presidenciais -,  Armínio Fraga afirmou que o País "e m algum momento, o País se perdeu completamente"  e acordou num “pesadelo de um país paralisado, com um modelo ruim que não está sendo corrigido”.  "A frustração hoje é muito grande porque o Brasil chegou a bater na trave, fez vários gols nessa sequência de FHC 1 e 2 e Lula 1. Havia a sensação de que o País tinha uma agenda e de repente isso sumiu", afirmou.

Para ele, será difícil fazer com que o Brasil reencontre o caminho do crescimento econômico. "Do jeito que a economia está hoje desenhada, mesmo que este ciclo passe – e não vai passar fácil –, não está com cara de que o País vai crescer muito. Há essa ideia de que possa ser cíclico, de se fazer um ajuste gradual. Na verdade, tem de ajustar muita coisa, porque senão não vai ser cíclico, não: isso é uma queda de padrão, é um degrau. Caiu e acabou. Para voltar, vamos ter de trabalhar muito", disse.

Armínio ainda se mostrou cético em relação ao ministro da Fazenda Nelson Barbosa. Segundo ele, o antecessor Joaquim Levy aceitou o cargo por “coragem, com um pinguinho de sonho e loucura”. O economista também segue convicto de que a situação brasileira seria outra em caso de vitória tucana, pois ele “jogaria no ataque”, com uma “grande mudança de regime econômico”, enquanto Levy “jogou na defesa”, para “segurar a barra e ver se conseguia ganhar tempo”. As mudanças incluiriam a "desvinculação de receitas; uma profunda reforma da Previdência, mexendo na idade e desvinculando o piso do salário mínimo; profunda reforma tributária; reforma trabalhista; abrir gradualmente a economia; desmontar a nova matriz econômica. Em paralelo a outros esforços, que trariam os juros para baixo para todo mundo. Um BNDES mais transparente e com mais rigor na análise do impacto social".

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