"É hora de tomar posição muito conservadora para passar por terremoto", diz economista
SÃO PAULO – O principal gatilho do mercado brasileiro nas últimas semanas tem sido o movimento político. Cada notícia que enfraquece a administração Dilma Rousseff significa uma queda do dólar, alta da bolsa e queda nas taxas de renda fixa. Quando o mercado tem a impressão que o contrário irá acontecer, movimentos inversos acontecem. Com toda essa volatilidade, como o investidor pode se posicionar no momento?
Max Scatimburgo, economista e assessor de investimentos da Atlas Invest, comenta que esse momento é de muito cuidado para o investidor. “É tudo muito binário e não tem como saber o que vai acontecer no curto prazo. O investidor tem que ir devagar, o cenário é muito nebuloso. Eu acho que é hora de tomar uma posição muito conservadora para passar por esse terremoto”, crava Max.
Para o investidor que “tiver coração”, esse pode ser um momento de entrar em taxas prefixadas, de acordo com o economista, uma vez que elas tendem a cair, provavelmente. Marcelo Carbonari, assessor de investimentos da Futuro Investimentos, comenta que o investidor conservador deve ficar em produtos atrelados à inflação, como o título Tesouro IPCA+, do Tesouro Direto, por exemplo.
“Para o médio e longo prazo, as taxas prefixadas são interessantes, uma vez que se espera uma queda nas taxas de juros nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária)”, comenta o assessor de investimentos. Carbonari ainda comenta que no curto prazo, ter algo mais conservador em carteira, como os títulos pós-fixados pode ser melhor.
Já para quem acredita no impeachment e quer investir em bolsa, a recomendação de diversos analistas é pelo investimento em papéis de estatais e de grandes bancos, que foram os papéis que mais caíram na bolsa nos últimos tempos com os problemas macroeconômicos enfrentados pelo Brasil.
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