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Associação que responde por R$ 400 bi na Bolsa alerta para "caso grave" da Saraiva

21/07/2016 16h06

SÃO PAULO - Em comunicado, a Amec ( Associação de Investidores no Mercado de Capitais), presidida por Mauro Cunha, afirmou que o "Caso Saraiva" (SLED4) é uma grave ameaça para os acionistas minoritários. A associação reúne 57 investidores responsáveis por nada menos que R$ 400 bilhões e representa acionistas minoritários no Brasil. 

“A Amec enxerga nos fatos em curso que envolvem a Saraiva uma grave ameaça à integridade das ferramentas legais que conferem à minoria a capacidade de monitorar e fiscalizar as companhias que captam recursos do público”, disse a associação, em comunicado.

Para a associação, é  crucial que "tanto a CVM quanto o Judiciário estejam sensíveis a esta ameaça, e compreendam a importância de agir preventivamente, antes que seja imposto dano irreparável à minoria".

Vale destacar que a Saraiva  convocou Assembleia-Geral Extraordinária para 25 de julho para discutir a retirada do acionista Mu Hak You, do fundo GWI, do cargo de conselheiro da companhia, além da destituição de Ana Recart do conselho fiscal. O encontro também buscará a autorização para abrir uma ação de responsabilidade sobre ambos. 

Em junho, a Saraiva entrou com representação na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para investigar indícios de violação de deveres fiduciários, abuso de direito de acionista e outras infrações pelos acionistas integrantes do GWI.  Alguns dos fatos citados foram invasão à sede da Saraiva, durante o último feriado de Corpus Christi, para mexer em documentos nas salas dos diretores, convocação de uma assembleia desnecessária e realização de negócios suspeitos no mercado de capitais.

No documento entregue à CVM, a Saraiva afirma que "Mu Hak You é um conhecido investidor, com histórico de atuação desastrosa do mercado de capitais brasileiro", citando prejuízos causados à Marfrig e à corretora Socopa. O GWI Asset Management detém hoje 28,72% do capital total da Saraiva.  A GWI divulgou nota negando a invasão à sede e dizendo que não tem interesse em reduzir o valor das ações da companhia. O fundo não quis se manifestar especificamente sobre a reunião.

(Com Agência Estado)