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"Vivemos uma tempestade perfeita", diz CEO de construtora sobre mercado imobiliário

28/07/2016 10h26

SÃO PAULO – O investimento em imóveis é considerado um dos preferidos do brasileiro. No entanto, após praticamente uma década de altas sequenciais, o mercado imobiliário não passa por um de seus melhores momentos agora. “Estamos em um dos piores momentos do mercado, vivemos uma tempestade perfeita”, crava Dany Muszkat, CEO (Chief Executive Officer) da construtora Even.

O executivo comenta que, atualmente, o investidor tem focado em outras aplicações que não os imóveis e, além disso, as pessoas têm recorrido mais a seus recursos guardados por conta do atual momento pior na economia, com mais desemprego e endividamento.

Eduardo Zylberstajn, da FIPE, comenta que o mercado imobiliário na cidade de São Paulo praticamente triplicou de valor desde 2006, mas, no entanto, vem passando por um momento ruim. Além disso, as altas taxas de juros atuais dificultam a tomada de financiamentos por compradores. “É sustentável comprar nesse momento? Até que ponto as pessoas podem contar com essas linhas de crédito?”, questionou no 1º Fórum XP Real Estate, que aconteceu nesta quinta-feira (28).

Contudo, com uma melhora na situação macroeconômica do Brasil e uma consequente queda de juros e da inflação, a tendência é que o setor volte a se aquecer, relata Dany. Ele afirma que o mercado imobiliário segue sendo muito grande no país e com potencial “enorme”.

No entanto, se no segmento de alta e média renda o cenário para imóveis parece sombrio, o mesmo não pode ser dito para os segmentos de baixa renda, atesta Ronaldo Cury, da construtora Cury. “O segmento de baixa renda vai muito bem, obrigado. A velocidade das vendas pode ter diminuído, mas a qualidade dos nossos compradores aumentou muito”, comenta.

Ronaldo afirma que, para esse segmento, o mercado está “espetacular e muito aquecido”. Esse sentimento vem, principalmente, pelo programa “Minha Casa Minha Vida” do governo federal, que deve seguir sendo prioridade na administração atual, de acordo com o Ministro das Cidades Bruno Araújo.