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"Este é um período muito perigoso para os investidores", alerta bilionário Paul Singer

13/09/2016 16h18

SÃO PAULO - Pessimismo e alerta. O bilionário investidor Paul Singer, um dos maiores gestores de hedge funds de Wall Street, não está nem um pouco otimista sobre os mercados e fez um alerta em entrevista para a CNBC nesta terça-feira: "esse é um período muito perigoso" para os investidores. 

Para o fundador da Elliott Management, os investidores enfrentam riscos nunca vistos antes em meio às agressivas ações dos Bancos Centrais pelo mundo. Ele reforça que os perigos são únicos em 5 mil anos na história das finanças em meio às taxas baixas/negativas praticadas pelas principais autoridades monetárias pelo mundo.

"O que eles fizeram é criado um tremendo aumento no risco implícito, risco  que os investidores não conhecem exatamente ou não enfrentaram em seus investimentos. Eu acho que é um momento muito perigoso na economia global e para os mercados financeiros globais", destacou. 

Singer ressalta que o Federal Reserve estuda apenas se fará a sua segunda alta de juros em mais de dez anos, apontando ainda que os  decisores políticos agiram com "incrível arrogância" quando ele e outros alertaram para a crise financeira que iria explodir em 2008.  Na atual situação, segundo ele, o melhor que os bancos centrais poderiam ter feito é ter dito que as coisas teriam sido ainda piores se eles não tivessem agido após a crise.

Para ele, os formuladores de políticas do governo deveriam se concentrar em mudar as políticas nas áreas tributárias, de regulação, comércio e educação, embora ele não tenha entrado em detalhes sobre como seriam tais políticas.

Esta não é a primeira vez que Singer foi alarmista. No mês passado, ele afirmou que o mundo estava enfrentando a maior bolha de bonds da história, também por conta da atuação dos BCs. 

Segundo ele, o  resultado da medidas implementadas, como  a compra de títulos corporativos e governamentais, tem sido preocupante. As autoridades têm feito de tudo para conseguir alavancar suas economias ainda vacilantes e acabar com um período de baixa inflação, disse ele.  Como resultado, os rendimentos dos trilhões em títulos ao redor do mundo têm sido derrubados para o campo negativo, enquanto os bancos centrais compram dívidas e outros títulos em uma tentativa de reduzir os custos de empréstimos, empurrando para os investidores ativos mais arriscados como forma de estimular o crescimento econômico.