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As 6 ações beneficiadas com o bilionário plano de concessões de Temer (e duas decepções)

14/09/2016 11h10

SÃO PAULO - O governo Michel Temer anunciou na última quarta-feira (14)  a concessão ou venda de 34 projetos nas áreas de energia, aeroportos, rodovias portos, ferrovias e mineração. A previsão é que parte desses projetos sejam leiloados em 2017 e, outra parte, no primeiro semestre de 2018. O setor de transporte representa onze desses projetos, totalizando R$ 37 bilhões e estão sendo analisados de perto pelo mercado, que estão de olho nas ações que mais podem se beneficiar do programa. 

De acordo com o BTG Pactual, no universo de cobertura do banco, os principais potenciais beneficiários são as ações da CCR (CCRO3), Ecorodovias (ECOR3), Mills (MILS3) e empresas de veículos comerciais como Randon (RAPT4) e Iochpe-Maxion (MYPK3) por exemplo, assim como a Rumo (RUMO3). 

O BTG aponta que a CCR deve se beneficiar das concessões de aeroportos e de rodovias, enquanto a Ecorodovias deve focar somente em rodovias. Já a Mills pode se beneficiar do crescimento nos gastos em infraestrutura; contudo, o ciclo de lucros da empresa deve se deteriorar no curto prazo. 

Conforme destaca o BTG Pactual, os c ontratos serão mais claros/diretos garantindo mais estabilidade regulatória com as agências ganhando mais autonomia, ressaltando que não estão sendo mais necessários empréstimos-ponte visando minimizar os riscos de financiamento. Os documentos de licitação também serão divulgados em inglês e com mais tempo para análise.

"Um ponto muito importante é que as concessões só serão lançadas após avaliação e conclusão de viabilidade ambiental para evitar atraso das obras. O governo prometeu endereçar a questão das concessões atuais que necessitem de aditivos contratuais. O timeline prevê que os leilões de aeroportos serão no primeiro trimestre e das rodovias e ferrovias no segundo", ressaltam os analistas.

O Bradesco BBI aponta a CCR e a Rumo como as preferidas do setor e uma das principais beneficiárias do programa de concessões.  

Contudo, de acordo com o Credit Suisse, tanto a CCR quanto a Rumo sofreram uma surpresa negativa. Vale destacar que o banco suíço havia "elegido" na semana passada  a CCR como a sua ação favorita dentro do setor em meio à expectativa pelo pacote de concessões de ativos. 

A surpresa negativa foi a não inclusão da renovação de alguns contratos ou alterações do anúncio inicial, como a renovação da Malha Paulista (Rumo) e alteração na NovaDutra (CCR). A  Nova Dutra era um dos focos da CCR,  com previsão de investimentos na ordem de R$ 3,4 bilhões.

"Nós estávamos esperando que o governo publicasse uma medida provisória que melhorasse o ambiente regulatório com a assinatura dessas alterações e renovação", afirmam os analistas do banco. Contudo, apontam, há a impressão de que o governo ainda precisa resolver alguns pontos para evitar problemas judiciais no futuro. Essa discussão também inclui rodovias e aeroportos que a concessão foi dada em 2013 e 2014, uma vez que alguns não são sustentáveis economicamente. O banco ressalta que ainda não está claro se o governo vai renegociar ou fazer um novo leilão desses ativos. 

Confira abaixo os projetos voltados ao setor de transporte (que foram acompanhados de perto pelos analistas):

SetorProjetoGovernoInvestimento necessário
(em R$)
Tipo de projeto
AeroportoSalvadorFederal2,3 bilhõesLeilão
Porto AlegreFederal1,9 bilhãoLeilão
FortalezaFederal1,4 bilhãoLeilão
FlorianópolisFederal 1 bilhãoLeilão
RodoviaBR-364/365 Federal2,8 bilhõesLeilão
BR-101/116/290/386 Federal12 bilhõesLeilão
FerroviaFerrogrãoFederal12,6 bilhõesLeilão
Norte-SulFederal0,7 bilhõesLeilão
Oeste-LesteFederal1,0 bilhõesLeilão
Terminais portuáriosSantarém (Terminal 4)Federal0,3 bilhãoLeilão
Rio de JaneiroFederal0,3 bilhãoLeilão
Total11 projetos
36,6 bilhões

Além deles, a lista dos demais 23 projetos anunciados ontem pelo governo: 

Concessão de hidrelétricas:

– São Simão (na divisa entre Minas Gerais e Goiás)

– Miranda (Minas Gerais)

– Volta Grande (São Paulo)

- Peri (Santa Catarina)

- Agrografo (Santa Catarina)

Venda de distribuidoras antes administradas pela Eletrobras em:

– Roraima

– Acre

- Goiás

– Amazonas

– Rondônia

– Piauí

– Alagoas

Leilão de áreas para exploração de óleo e gás:

– 4ª rodada de licitação de campos marginais de petróleo e gás: edital no 2º semestre de 2016, leilão no 1º semestre de 2017

– 14ª rodada de licitações de blocos de petróleo e gás sob o regime de concessão: edital no 1º semestre de 2017, leilão no 2º semestre de 2017

– 2ª rodada de licitação do pré-sal sob o regime de partilha: edital no 1º semestre de 2017, leilão no 2º semestre de 2017

Concessão das empresas de água e esgoto de:

– Rondônia

– Pará

– Rio de Janeiro

Concessão de áreas de mineração:

– Fosfato (entre PB e PE)

– Cobre, chumbo e zinco (TO)

– Carvão de candiota (RS)

– Cobre (GO)

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