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Os 6 eventos que farão de 2017 o pior ano para negócios desde a Guerra Fria

12/12/2016 11h23

SÃO PAULO - O ano de 2017 vai ser o mais difícil para empresários tomarem decisões de negócios desde que a Guerra Fria acabou, no final dos anos 1980. Esta é a conclusão do relatório anual da consultoria de risco Control Risks, segundo o site norte-americano CNBC.

"Os catalisadores dos negócios internacionais –estabilidade geopolítica, liberalização de comércio e investimento e democratização– estão erodindo. O cenário comercial entre governo, setor privado e atores não estatais está ficando mais complexo", avalia o presidente da consultoria, Richard Fenning.

1. Trump e Brexit

A eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e a votação do "Brexit", que determinou a saída do Reino Unido da União Europeia, são as principais fontes de incerteza para empresários.

A Control Risks prevê que o populismo político estabelecerá uma "era" de maior controle dos países sobre políticas econômicas e de segurança e lista como fontes de incerteza os riscos geopolíticos elevados, a potencial saída dos Estados Unidos da Parceria Transpacífico (TPP) e novos referendos sobre a saída de países da União Europeia.

2. Cibersegurança

O ano de 2017 será marcado também pelas regulações legais conflitantes sobre ataques de hackers e segurança no mundo virtual. As abordagens da União Europeia, China e Rússia para o tema são divergentes e devem levar a um "nacionalismo dos dados", com as empresas se vendo forçadas a armazenar suas informações em servidores de seus próprios países a custos elevados. Isso deve atrapalhar o comércio online, observa a consultoria.

3. Ataques terroristas

A Control Risks prevê que a derrota do Estado Islâmico na Síria e no Iraque levará a um "êxodo" de terroristas pelo mundo. Isso deve fazer com que a ameaça terrorista se torne mais fragmentada e dispersa no globo.

"Responder ao terrorismo está ficando ainda mais difícil para os negócios", aponta o relatório que diz que as grandes dificuldades para os empresários serão o planejamento de cenário,  as análises sobre potenciais radicalizações internas e o uso de  big data para soluções relacionadas à  segurança física de suas instalações, funcionários e clientes.

4. Ambiente regulatório

A chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos pode levar a uma transformação no ambiente regulatório global, diz a Control Risks. Entre as mudanças estão a possível saída do Acordo de Paris, sobre o clima, as leis que regulam o mercado financeiro norte-americano e a legislação sobre corrupção em outros países. "Isso pode ter um efeito dominó sobre em todo o mundo".

5. Pressões geopolíticas

Conflitos delicados, como da Síria, Líbia, Ucrânia e Iêmen seguirão em cena no ano que vem, mas novos elementos serão responsáveis por aumentar ainda mais as pressões geopolíticas.

O principal deles é a expansão da atual área influência diplomática e militar da China sobre os países da Ásia Central e Oceano Índico para atingir até nações da África subsaariana. Outro ponto de preocupação será a capacidade da Coreia do Norte de desenvolver armas nucleares.

6. Confrontos estratégicos

A consultoria considera que 2017 deve marcar um aumento na militarização das disputas entre a China e países vizinhos e os Estados Unidos e a Rússia deve aumentar a presença de aeronaves próximas ao espaço aéreo europeu e de embarcações nos mares Mediterrâneo e Negro para assegurar suas posições na Síria e na Crimeia, que pertencia à Ucrânia. 

Como reagir?

Para a Control Risks, os empresários deverão adotar um dos três comportamentos listados abaixo para navegar bem pelos mares turbulentos de 2017:

Concha: Os empresários terão uma postura defensiva, focando em seus negócios e mercados principais (core business).

Tubarão: Os mais agressivos buscarão novas oportunidades, desenvolvendo atividades diferentes ou alterando suas áreas de atuação. 

Baleia: Para enfrentar as águas turbulentas, empresários podem pressionar por grandes fusões para se tornarem gigantes de suas áreas e garantirem participação no mercado. Esta, na avaliação da consultoria, seria a melhor abordagem para grandes investidores ou empresas com acesso mais fácil ao crédito. No entanto, governos nacionalistas e o cumprimento de normas regulatórias devem ser entraves a esta abordagem.