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ABERTURA: Ibov futuro tem perdas com exterior negativo com Fomc e Copom no radar

17/09/2019 09h24

A jornada desta terça-feira tem início de forma negativa para o índice Ibovespa Futuros, com perdas de 0,61% aos 103.425 pontos, enquanto o dólar começa com alta de 0,56% a R$ 4,1026.

Os ataques aos postos de petróleo na Arábia Saudita seguem no radar dos investidores que temem uma escalada nos preços da commodity, além de um eventual conflito na região. Na cena econômica, as atenções estão voltadas para as reuniões do Fomc e do Copom, que na quarta-feira anunciam a nova taxa de juros de referência para, respectivamente, os EUA e Brasil. A reforma da Previdência também está na mira dos mercados com avanço da tramitação no Senado.

- Cena Local

Previdência

A reforma da Previdência (PEC 6/2019) passou na segunda-feira pela quinta e última sessão de discussão em primeiro turno. Com mais de 70 emendas recebidas até agora, o relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), deve entregar seu parecer sobre as emendas de Plenário nesta quinta-feira (19). A previsão é de que a PEC seja votada em primeiro turno no dia 24 de setembro.

O senador Paulo Paim (PT-RS), que disse ter participado de mais de 50 debates sobre a reforma, alertou que a maioria dos especialistas que se manifestaram foram contra a proposta.

Após aprovação em primeiro turno na próxima semana, a PEC da Previdência ainda passará por mais três sessões de discussão antes da votação em segundo turno. Se nenhuma emenda for acatada em Plenário, a proposta seguirá para promulgação.

Volta ao poder

O presidente Jair Bolsonaro, que recebeu alta nesta segunda-feira, deixou o hospital onde foi submetido a uma cirurgia em 8 de setembro para correção de hérnia e vai reassumir a Presidência na terça-feira, segundo o Palácio do Planalto.

O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, informou que os médicos tinham determinado que Bolsonaro ficasse mais dois dias afastado do exercício da Presidência para descansar antes da viagem para participar da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

CPMF

O presidente Jair Bolsonaro reafirmou na segunda-feira que o governo não vai insistir em um imposto nos moldes da antiga CPMF agora, mas afirmou que tanto o povo como o Parlamento podem discutir o tema.

"Eu decidi que não se toca mais nesse assunto, até porque é um imposto contaminado", disse Bolsonaro em entrevista ao Jornal da Record. Questionado se CPMF "de jeito nenhum", Bolsonaro disse que o tributo não pode ser uma proposta do governo.

Bolsonaro repetiu que a demissão de Marcos Cintra da Secretaria da Receita Federal se deveu à discussão pública sobre a CPMF, mas salientou que a exoneração foi feita pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

- Cena Externa

Disputa Comercial

Negociadores comerciais de segundo escalão dos Estados Unidos e da China vão se reunir em Washington a partir da quinta-feira, afirmou um porta-voz do Escritório do Representante Comercial dos EUA nesta segunda, pavimentando o caminho para negociações de alto nível em outubro que visam buscar uma solução para a amarga guerra comercial.

Mais cedo, o chefe-executivo da Câmara de Comércio dos EUA, Tom Donohue, disse que o Representante de Comércio Robert Lighthizer afirmou a executivos de negócios que ele estava buscando um "verdadeiro acordo" que trate de questões de propriedade intelectual e de transferência de tecnologia levantadas pelo governo norte-americano pela primeira vez há dois anos.

Donohue, em uma entrevista à imprensa que tinha como objetivo instar a aprovação parlamentar do acordo comercial EUA-México-Canadá, disse que Lighthizer "indicou que há algum movimento na direção de compras de produtos agrícolas (dos EUA) e outras questões".

Petróleo

Os preços do petróleo dispararam quase 15% nesta segunda-feira, com o Brent registrando seu maior ganho percentual diário em mais de 30 anos e volumes recordes de negócios, depois de um ataque a instalações petrolíferas da Arábia Saudita reduzir a produção do reino pela metade e intensificar temores de retaliação no Oriente Médio.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira que parecia que o Irã estava por trás dos ataques a instalações de petróleo na Arábia Saudita no final de semana que aumentaram as preocupações com a possibilidade de um conflito no Oriente Médio, mas acrescentou que não queria guerra com ninguém.

O Irã nega a autoria dos ataques que destruíram parte da maior usina de processamento de petróleo bruto na Arábia Saudita e alavancaram a maior alta da commodity nas últimas décadas.

- Agenda Americana

Entre os indicadores dos EUA, o principal destaque desta terça-feira fica para os números da produção industrial de agosto. Depois de registrar queda de 0,2% em julho, o mercado trabalha com avanço de 0,2% para o mês passado, ficando dentro da prévia do indicador. Tem início também hoje a reunião do Fomc.

BOLSAS INTERNACIONAIS

Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,06%, a 22.001 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,23%, a 26.790 pontos Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 1,74%, a 2.978 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,68%, a 3.891 pontos.

Na Europa, a terça-feira mostra indefinição dos rumos nos negócios nas principais praças. Em Frankfurt, o DAX tem queda de 0,22% aos 12.351 pontos, enquanto que em Londres, o FTSE soma 0,22% aos 7.388 pontos. Já em Paris, o CAC avança 0,07% aos 5.606 pontos.

COMMODITIES

Nesta terça-feira, os contratos futuros do minério de ferro fecharam a sessão com queda, na bolsa de mercadorias da cidade de Dalian. O ativo de maior liquidez, com data de vencimento para janeiro do próximo ano, fechou a 665,50 iuanes por tonelada. Em relação ao preço de liquidação, 678,00 iuanes/t, a variação negativa foi de 1,84%, ou 12,50 iuanes.

Para o vergalhão de aço, a jornada da terça-feira também foi marcada por queda nos preços do produto, que é transacionado na bolsa de mercadorias de Xangai, também na China. Os papéis mais líquidos, com entrega para janeiro de 2020, perderam 20 iuanes para 3.533 iuanes por tonelada. Já o de maio do próximo ano, segundo mais negociado, cedeu 8 iuanes para 3.337 iuanes por tonelada.

Depois da forte valorização da sessão de ontem, os preços do petróleo têm uma terça-feira de queda, como um ajuste e realização de lucros. O barril do tipo WTI, referência em Nova York, recua 1,37%, ou US$ 0,86, a US$ 61,81. Já o Brent, negociado em Londres, perde 1,30%, ou US$ 0,91, a US$ 68,11.

MERCADO CORPORATIVO

- Petrobras (SA:PETR4)

O presidente Jair Bolsonaro e a Petrobras (SA:PETR4) disseram na segunda-feira que a petroleira não planeja aumentar de imediato os preços dos combustíveis em resposta ao ataque a instalações de petróleo da Arábia Saudita, indicando que a estatal pode afrouxar temporariamente as regras de preços de mercado.

Em entrevista à TV Record, Bolsonaro disse que foi informado pelo presidente da Petrobras (SA:PETR4), Roberto Castello Branco, que apesar de os preços dos combustíveis estabelecidos pela empresa seguirem os valores internacionais, a recente alta do petróleo é "atípica".

"Conversei agora há pouco com o presidente da Petrobras (SA:PETR4), Castello Branco. Ele me disse que como é algo atípico e, a princípio, tem um fim pra acabar, ele não dever mexer no preço de combustível", disse Bolsonaro.

- MRV (SA:MRVE3)

A construtora MRV (SA:MRVE3) anunciou nesta segunda-feira a interrupção do processo para investir na norte-americana AHS, alegando que primeiro vai ouvir os acionistas a respeito da controversa proposta anunciada no início do mês.

Em fato relevante, a companhia reafirmou recomendação favorável à proposta anunciada no começo do mês, que envolve investir de 220 milhões de dólares a 255 milhões de dólares para comprar 50,01% do capital votante da AHS, controlada pela família Menin, a mesma dona da própria MRV (SA:MRVE3).

Analistas de mercado avaliaram que a aquisição pode ajudar a MRV (SA:MRVE3) a diversificar operações para além do segmento Minha Casa Minha Vida, mas que não há sinergias claras. Observaram também que o negócio pode lançar dúvidas sobre os padrões de governança da MRV, pois trata de transação com partes relacionadas.

Desde a véspera do anúncio da proposta até esta segunda-feira, a ação da MRV (SA:MRVE3) caiu 8%.

No fato relevante, a MRV (SA:MRVE3) disse que interrompeu a avaliação da proposta para ouvir acionistras sobre medidas de governança, sugestões de práticas para assegurar alinhamento de interesses dos donos das companhias, parâmetros sobre investimentos necessários para financiar plano de negócios da AHS, e as condições para potencial venda de fatia do atual dono da AHS.

- Natura (SA:NATU3)

A fabricante de cosméticos Natura (SA:NATU3) afirmou que seu conselho de administração aprovou a constituição de uma subsidiária em Cingapura, segundo ata de reunião do colegiado realizada nesta segunda-feira.

- Biosev (SA:BSEV3)

A produtora brasileira de açúcar e etanol Biosev (SA:BSEV3) espera que a produção de açúcar do Centro-Sul do país registre uma redução de 600 mil toneladas em 2019/20 na comparação anual, enquanto a gigante do agronegócio Bunge prevê um avanço.

Em um momento em que as usinas priorizam a produção de etanol, que tem apresentado melhores resultados devido à forte demanda local e aos baixos preços globais do açúcar, a Biosev (SA:BSEV3) estimou a produção do adoçante em 25,9 milhões de toneladas nesta temporada, contra 26,5 milhões de toneladas em 2018/19.

Já a produção do biocombustível deve apresentar um avanço para 32,1 bilhões de litros em 2019/20, ante 30,9 bilhões de litros em 2018/19, avaliou a Biosev (SA:BSEV3).

Apesar de ver um salto semelhante na produção de etanol, a Bunge diverge nos valores para o açúcar. Na comparação anual, a empresa estima um avanço de 100 mil toneladas na produção do adoçante em 2019/20, para 26,6 milhões de toneladas.

Mesmo assim, prevê uma alocação de apenas 34,7% da cana da região para o açúcar, versus 35,2% em 2018/19.

- Etanol

Grandes empresas que operam no setor sucroalcooleiro do Brasil estão investindo para expandir a capacidade de produção de etanol, devido à forte demanda local contínua e aos baixos preços globais do açúcar, disse um executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) nesta segunda-feira.

De acordo com Antonio de Padua Rodrigues, diretor-técnico da Unica, maior associação representante de empresas do setor no Brasil, grupos que controlam diversas plantas no país estão construindo novas instalações de destilação em algumas de suas localidades para que consigam produzir mais etanol no ano que vem.

Trata-se de um desenvolvimento semelhante ao ocorrido no ano passado, quando várias companhias, como Biosev (SA:BSEV3) e Usina Coruripe, investiram para expandir a capacidade de produção do biocombustível.

No ano passado, as usinas destinaram apenas 35% da cana para o açúcar, uma mínima histórica. Essa fatia pode cair ainda mais na atual temporada, de acordo com o último relatório de produção da Unica, que colocou o mix abaixo da marca de 35% com cerca de apenas um terço da safra ainda a ser processada.

- Principal Energia

A comercializadora de eletricidade Principal Energia anunciou mudanças na gestão nesta segunda-feira, após uma briga entre sócios da empresa que pertence ao Grupo Delta Energia levar à saída de executivos e parar nos tribunais.

A disputa teve origem em queixas de alguns sócios sobre o valor a ser embolsado por eles depois de terem sido retirados da administração da comercializadora, em meio a acusações da Delta de que a Principal não teria seguido práticas de gestão de risco da controladora, expondo o grupo a possíveis perdas no mercado elétrico, segundo documentos judiciais.

O movimento acontece na sequência de uma turbulência no setor de comercialização vista mais cedo no ano, quando algumas "tradings" registraram problemas para cumprir compromissos ao serem surpreendidas por uma disparada inesperada dos preços spot da eletricidade no primeiro trimestre, em movimento que levantou preocupações sobre riscos no segmento em geral.

- Logística

A companhia de logística VLI informou nesta segunda-feira que começou as atividades decorrentes da parceria com a Fertilizantes Tocantins (FTO), em Araguari, no Triângulo Mineiro, com expectativa de aumentar em 20% o volume de fertilizantes transportado na Ferrovia Centro-Atlântica (FCA).

A matéria-prima originada no porto de Tubarão (ES) passa pelo Terminal de Araguari e chega à fábrica da FTO por meio de uma interligação por correias transportadoras.

"Em 2018, o terminal de Araguari movimentou mais de 700 mil toneladas de insumos para fertilizantes e para este ano a previsão é de alta", disse a VLI em nota.

AGENDA DE AUTORIDADES

- Jair Bolsonaro

Após ter alta na segunda-feira e retornado à Brasília, o presidente da República, de acordo com o site do Planalto, não tem compromissos públicos oficiais nesta terça-feira.

- Paulo Guedes

- Reunião de Governança;

- Reunião semanal com o secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital;

- Reunião semanal com o secretário Especial de Assuntos Internacionais e Comércio Exterior, Marcos Troyjo;

- Reunião semanal com o secretário especial de Produtividade e Competitividade, Carlos Da Costa.

Com Reuters e Agência Senado.