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Venda de ativos é crucial para Oi manter plano e recuperar caixa, diz BTG

30/09/2019 11h44

Apesar de a aprovação da Reforma das Telecomunicações e a indicação de Rodrigo Abreu como diretor de operações ser sinais positivos para o desenvolvimento de longo prazo daOi, a principal preocupação de curto prazo dos investidores é com o caixa da companhia, que segue em constante baixa. A mais recente análise do BTG (SA:BPAC11) sobre a Oi (SA:OIBR4) foi enviada a clientes nesta segunda-feira.

Por isso, o BTG Pactual (SA:BPAC11) vê a venda de ativos da tele como ponto crucial para que a companhia consiga cumprir seu plano estratégico e superar a recuperação judicial. O banco destaca que a decisão da Oi de aumentar o capex neste ano, mesmo que dentro do plano, deixou os investidores preocupados com o ritmo que os recursos em caixa estão sendo utilizados. Justamente pensando nessa diferença na geração de caixa e o capex que a Oi divulgou a lista de ativos que estão disponíveis para venda, que pode levantar até R$ 7 bilhões.

Por volta das 11h25, as ações ordinárias da tele (SA:OIBR3), que detêm maior volume de negócios, eram cotadas a R$ 0,95, queda de 2,06%.

A expectativa da companhia, e também do mercado, é que a venda dos 25% que a Oi detém na angolana Unitel aconteça neste trimestre. Não estão descartadas uma nova emissão de dívida e a venda de torres de telefonia.

Para o BTG (SA:BPAC11), caso nenhum ativo seja vendido até o final do ano, a expectativa é que a posição de caixa vá a R$ 1,6 bilhão. Na estimativa dos analistas, a geração média mensal de fluxo de caixa é de R$ 300 milhões entre setembro e dezembro (R$ 2,35 bilhões em receitas, menos R$ 2,15 bilhões em pagamentos, mais R$ 100 milhões em créditos tributários), ou R$ 1,2 bilhão no período. A equipe vê o capex dos últimos quatro meses de 2019 em R$ 3 bilhões, o que indica uma queima de caixa de R$ 1,8 bilhão no período.

Os pagamentos totais em dinheiro no acumulado do ano (janeiro a julho) totalizaram R$ 16,8 bilhões. Para estimar corretamente os pagamentos esperados nos meses finais do ano, o banco fez alguns ajustes nos pagamentos únicos ou nos pagamentos que normalmente ocorrem na primeira metade do ano.

Foi ajustado o total de pagamentos para refletir o pagamento anual de fornecedores de R$ 440 milhões em fevereiro, R$ 700 milhões em impostos anuais Fistel em abril, R$ 350 milhões em pagamentos únicos de capital de giro relacionados ao capex do 4T18, e R$ 150 milhões em pagamentos de bônus e outros R$ 150 milhões em pagamentos de imposto de renda em fevereiro. Após os ajustes, o total de pagamentos em dinheiro no acumulado do ano seria de R$ 15,0 bilhões e os pagamentos em dinheiro por mês seriam de R$ 2,15 bilhões.

O BTG (SA:BPAC11) mantém a recomendação de compra para o ativo, com preço-alvo em R$ 3,50.