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BTG não espera surpresas para balanços das educacionais; Cogna segue como Top Pick

21/10/2019 11h04

Investing.com- O BTG Pactual (SA:BPAC11) espera para o terceiro trimestre do ano os números das companhias do setor de educação tragam como principal destaque o aumento no número de matrículas, uma vez que as prévias divulgadas até o momento vão nesse sentido. Com isso, a expectativa é que os balaços não tragam grandes surpresas, com os resultados ainda refletindo uma alavancagem operacional negativa dos alunos formados pelo FIES (15-20 % da base de alunos no local).

A equipe destaca que 2019 não deve ser um ano forte para o setor em termos de impulso nos lucros, mas mostra outros sinais de recuperação precoce, que devem ser um catalisador de reavaliação da educação. Cogna é a Top Pick, com uma boa avaliação (13x P/E 2020 e 5,5% de rendimento FCF); perspectivas de crescimento mais fortes no K12; sinergias da Somos começando a entrar em ação; a liderança presencial e EAD (tornando-o um formador de preço); e o histórico sólido de execução.

Para os analistas os números sólidos de ingressos do segundo semestre provavelmente não serão suficientes para mover muito os resultados no curto prazo, já que o período geralmente representa apenas 35% do ciclo de admissão para o ano inteiro. No entanto, o terceiro trimestre já serviu ao propósito útil de fazer com que o banco mantenha a convicção de que o pior realmente terminou, com uma dinâmica de consumo muito melhor: SER: presencial + 29% a/a e EAD + 121%; YDUQS (SA:YDUQ3): presencial + 20% e EAD + 62%; e Cogna (ex-Prouni): presencial + 0,6% a / a e EAD + 2,1%, seguidos por uma melhor dinâmica de preços (preço médio por novo aluno acima de 20% a/a).

Cogna (antiga Kroton (SA:COGN3))

O BTG (SA:BPAC11) vê um trimestre fraco, com a receita líquida pós-sistema novamente baixa em termos anuais (-9%), impulsionada por uma queda de 7,4% na base de alunos presencial, menores receitas FIES e taxas mais altas de evasão. Apesar do encolhimento da base de alunos, as vendas líquidas consolidadas devem subir 22,5% a/a para R$ 1,53 bilhão, ajudadas pela Somos (consolidada desde 4T18), com o EBITDA provavelmente caindo 5,5% a/a para cerca R$ 600 milhões (IFRS 16), novamente atingido por menores margens postsec.

A equipe destaca que, além dos resultados trimestrais, a Cogna relatou uma melhor dinâmica de preços e um mix muito melhor de alunos, com os alunos do PEP (iniciativa de financiamento privado) agora um pedaço muito menor do bolo do ciclo de admissão (-41,5% a/a). Portanto, eles esperam que o quarto trimestre (que, dada a melhor sazonalidade do K12, seja a parte principal das orientações para o EF19) e 2020, tenha uma recuperação sólida na geração do FCF.

YDUQS (antiga Estácio (SA:YDUQ3))

Os analistas esperam que a YDUQS (SA:YDUQ3) registre receita estáveis (a/a) em R$ 839 milhões, afetada por uma linha superior mais fraca presencial (-8% a a) + média contração de ingressos, mas compensada pelo aumento do EAD (receita líquida de 32% a/a). Um melhor mix de receita (EAD tem margens mais altas) deve compensar uma menor alavancagem operacional (FIES), garantindo o ajuste. EBITDA de R$ 334 milhões (IFRS-16), um dígito mais baixo no ano, apesar da contração da receita líquida.

SER

Após um ciclo de admissão no segundo semestre melhor que o esperado, combinado com níveis mais baixos de desistência, o SER deve reportar um pequeno aumento (+ 1% a/a) nas vendas líquidas para R$ 288 milhões. Porém, a empresa provavelmente incorrerá em despesas mais altas no terceiro trimestre, relacionadas à recente aquisição da Uninorte e a maiores despesas de marketing para os próximos ingressos, o que deve reduzir o EBITDA em 8% a/a para R$ 69 milhões (ex-IFRS 16). O BTG (SA:BPAC11) vê a linha superior da Anima (SA:ANIM3) subir 7,8% a/a, para R$ 276 milhões, enquanto uma redução mais acentuada das despesas está prevista para garantir margens mais altas, levando o EBITDA (ex-IFRS 16) a crescer 17% a/a, para R$ 46 milhões, também auxiliado pela consolidação da Uniages.