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ABERTURA: Ibovespa futuro abre em queda seguindo exterior; dólar sobe

08/11/2019 09h35

A jornada desta sexta-feira começa com queda para o índice Ibovespa Futuros, baixa de 0,50% aos 109.345 pontos, com o dólar somando 0,30% a R$ 4,1128 às 09h29. O último dia da semana deve ser mais uma vez marcado pelos balanços das companhias brasileiras. Na cena externa, as negociações entre Estados Unidos e China seguem ditando o rumo dos negócios, desta vez com um ruído negativo que influência na avaliação de risco dos investidores.

- Cenário Interno

Cessão Onerosa

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira "apavorado" com o fato de o leilão do excedente da cessão onerosa não ter atraído as grandes empresas do setor de petróleo e responsabilizou o regime de partilha pelo resultado do certame, em que apenas dois dos quatro blocos ofertados receberam ofertas, da Petrobras (SA:PETR4) e de estatais chinesas.

"Tivemos uma dificuldade enorme para, no final, nós vendermos para nós. Ficamos cinco anos conversando a respeito, fizemos um trabalho espetacular, aprofundando, examinando. Chegou ao final, deu 'no show'", disse o ministro durante evento no Tribunal de Contas da União.

Guedes apontou a contradição de um leilão promovido por uma equipe econômica liberal ter como resultado final o fortalecimento da estatal Petrobras (SA:PETR4). "Sumiu todo mundo da sala, só ficou ela lá", afirmou o ministro.

- Cenário Externo

Acordo China x Estados Unidos

A China e os Estados Unidos concordaram em reverter as tarifas sobre bens aplicados entre si como parte da primeira da fase de um acordo comercial, disseram funcionários de ambos os lados nesta quinta-feira, oferecendo um novo sinal de progresso na guerra comercial, apesar de divisões em andamento sobre a disputa ao longo de meses.

O Ministério do Comércio chinês, sem estabelecer um calendário, disse que os dois países concordaram em cancelar as tarifas por meio de fases.

Um funcionário dos EUA, falando sob condição de anonimato, confirmou a reversão planejada como parte da "primeira fase" de um acordo que o presidente norte-americano, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, pretendem assinar antes do final do ano.

No entanto, fontes ouvidas pela Reuters durante a tarde desta quinta-feira afirmaram que há uma forte oposição de assessores na Casa Branca a revogação das tarifas como parte dos termos de negociações da fase um do acordo comercial. A notícia não foi bem recebida pelo mercado.

China

As exportações e importações da China contraíram menos do que o esperado em outubro, fornecendo algum alívio para a economia conforme o governo tenta alcançar um acordo comercial parcial com os Estados Unidos.

Mas mesmo que um acordo comercial seja assinado em breve, economistas dizem ser improvável que ele vá ajudar a alimentar as exportações e a indústria logo, e pode ainda significar que mais estímulo é necessário para evitar uma desaceleração mais intensa.

As exportações da China em outubro caíram pelo terceiro mês seguido, com um recuo de 0,9% sobre o ano anterior, mostraram dados da alfândega nesta sexta-feira, contra expectativa de contração de 3,9% em pesquisa da Reuters e após queda de 3,2% em setembro.

BOLSAS INTERNACIONAIS

Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,26%, a 23.391 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,70%, a 27.651 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,49%, a 2.964 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,47%, a 3.973 pontos.

A sexta-feira é negativa para os principais mercados de ações da Europa. Em Frankfurt, o DAX perde 0,22% aos 13.260 pontos, enquanto que em Londres, o FTSE recua 0,22% aos 7.389 pontos. Já em Paris, o CAC cede 0,18% aos 5.880 pontos.

COMMODITIES

Mais uma vez, a sessão desta sexta-feira foi marcada por uma forte desvalorização dos contratos futuros do minério de ferro, transacionados na bolsa de mercadorias da cidade chinesa de Dalian. O ativo como maior volume de negócios, com data de vencimento para janeiro do próximo ano, perdeu 2,83% a 600,00 iuanes por tonelada, o que representa uma retração de 17,50 iuanes em relação aos 617,50 iuanes/t do valor de liquidação da véspera.

No caso do vergalhão de aço, a jornada também teve redução do preço dos papéis futuros, na bolsa de mercadorias de Xangai, também na China. O contrato de maio liquidez, com entrega para janeiro de 2020, cedeu 28 iuanes para 3.412 iuanes por tonelada, enquanto que o de maio, segundo mais negociado, caiu 20 iuanes para 3.233 iuanes por tonelada.

Depois do forte avanço da véspera, o barril do petróleo é negociado com importante queda nesta sexta-feira. Em Londres, o barril do tipo Brent cai 1,46%, ou US$ 0,91, a US$ 61,38. Já em Nova York, o WTI recua 1,49%, ou US$ 0,85, a US$ 56,30.

MERCADO CORPORATIVO

- Cyrela (SA:CYRE3)

A construtora Cyrela (SA:CYRE3) anunciou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de 104 milhões de reais no terceiro trimestre ante prejuízo de 121 milhões em igual período de 2018, apoiada em crescimento da receita após salto em lançamentos e vendas.

Analistas, em média, estimavam lucro de 76,5 milhões de reais, segundo dados da Refinitiv.

No trimestre, os lançamentos da Cyrela (SA:CYRE3) quase dobraram sobre um ano antes, para 1,77 bilhão de reais, enquanto as vendas contratadas avançaram 70%, para 1,07 bilhão. Já as entregas cresceram 92,5%, para 1,23 bilhão de reais.

O preço médio por metro quadrado subiu 10,2% nos lançamentos e 8% nas vendas. Com isso, a receita líquida subiu 29% no período, para 935 milhões de reais.

- B3

A B3 teve forte alta no lucro do terceiro trimestre, refletindo o robusto aumento das receitas nos mercados de renda fixa e variável no período.

A operadora brasileira de infraestrutura de mercado anunciou nesta quinta-feira que teve lucro recorrente de 851 milhões de reais no período, alta de 38,7% ante mesma etapa de 2018, mas pouco abaixo da previsão média de analistas compilada pela Refinitiv, de 873,9 milhões. Em termos líquidos, o lucro foi de 719,6 milhões de reais, valor 54,6% maior do que um ano antes.

A receita líquida da companhia entre julho e setembro somou 1,7 bilhão de reais, incremento de 34,1% ano a ano, fortalecida sobretudo pelo 73% no segmento de ações e instrumentos de renda variável. Só com ofertas de ações, as receitas subiram 1045.

- Iguatemi (SA:IGTA3)

A operadora de shopping centers Iguatemi (SA:IGTA3) espera resultados melhores nos próximos meses, depois de divulgar nesta quinta-feira balanço acima do esperado pelo mercado, impulsionado por melhora nas vendas e fluxo de clientes.

"Outubro foi melhor que o terceiro trimestre e já sentimos uma certa animação no ar tanto de consumidores quanto lojistas", disse a vice-presidente financeira da Iguatemi (SA:IGTA3), Cristina Betts, à Reuters.

Além de um cenário econômico ligeiramente melhor, eventos sazonais como a Black Friday e o Natal também são gatilhos positivos para o desempenho da companhia no quarto trimestre, afirmou a executiva.

A Iguatemi (SA:IGTA3), que tem 16 shoppings em seu portfolio de empreendimentos, teve lucro líquido de 86,9 milhões de reais no terceiro trimestre, 32,5% mais que na comparação anual. Analistas, em média, esperavam lucro líquido de 69,76 milhões, segundo dados da Refinitiv.

- Frigoríficos

A agência de classificação de riscos Fitch afirmou nesta quarta-feira que o desmatamento na Amazônia pode causar danos de reputação a frigoríficos brasileiros e levar à redução das exportações de carnes do país.

Para a Fitch, os efeitos do desflorestamento no maior bioma do país e a eficácia da sustentabilidade no setor continuam sendo um desafio para o Brasil.

A agência disse crer que amplas normas ambientais melhoram os perfis de crédito das empresas da área de proteínas, acrescentando que as consequências dos incêndios na Amazônia colocaram sob holofotes os setores ambiental, social e de governança dessas companhias.

- Eneva (SA:ENEV3)

A elétrica Eneva (SA:ENEV3) selou acordo de exclusividade para potencial aquisição de 75% em projeto termelétrico a gás a ser viabilizado junto a uma empresa global de energia com direitos de exploração no Brasil, disse a elétrica em comunicado nesta quinta-feira, sem abrir o nome da possível parceira.

Em paralelo, a empresa também divulgou em encontro com analistas e investidores nesta quinta-feira perspectivas de expansão e de distribuição de dividendos, de acordo com apresentação realizada no "Eneva (SA:ENEV3) Day".

A companhia, que investe em exploração e produção e gás e opera termelétricas, afirmou na apresentação que prevê início de operação de suas usinas Parnaíba V e Azulão-Jaguatirica em meados de 2021.

AGENDA DE AUTORIDADES

- Jair Bolsonaro

O presidente da República participa nesta sexta-feira da cerimônia de encerramento dos Cursos de Formação Profissional do ano de 2019, para ingresso na carreira Policial Federal, viajando em seguida para Goiânia, onde se encontra com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Em seguida, participa da solenidade de entrega de ônibus escolares a municípios do estado.

- Paulo Guedes

- Audiência com Maria Silvia Bastos, presidente do conselho consultivo do Goldman Sachs Brasil;

- Encerramento do Seminário "Reavaliação do Risco Brasil";

- Palestra de abertura do evento "Origem 2030: O Ecossistema Brasileiro de Tecnologia como Referência Global ".

*Com Reuters