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ABERTURA: Ibov futuro vai na contramão do exterior com alta, ensaiando recuperação

14/11/2019 09h39

O índice Ibovespa Futuros abre a sessão desta quinta-feira com ganhos de 0,34% aos 106.840 pontos, com o dólar recuando 0,04% a R$ 4,1684 às 09h13. O mercado ensaia recuperação depois das perdas das últimas sessões, em dia que marca o final da temporada de balanços do terceiro trimestre. Estão no radar dos investidores a cúpula dos BRICS, as negociações comerciais entre Estados Unidos e China e a turbulência política no Chile e nos outros países da América do Sul.

- Cenário Interno

Investimentos estrangeiros

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que o Brasil está fazendo seu dever de casa para se tornar um mercado cada vez mais atrativo para os investimentos estrangeiros e quer se abrir para o mundo.

"O governo tem feito o dever de casa para tornar o Brasil cada vez mais atraente", disse o presidente no encerramento do Fórum Empresarial dos Brics. "O Brasil mudou, passou a abrir seu mercado para o mundo."

Bolsonaro lembrou ainda que em 2018 as trocas comerciais entre os cinco países do bloco —Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul— alcançaram 110 bilhões de reais e que o Brasil tem oportunidades em diversas áreas.

Inflação

O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) teve alta de 0,19% em novembro, desacelerando ante aumento de 0,77% em outubro, mostraram dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira.

No acumulado do ano, o índice sobe 4,62%. Em 12 meses, a elevação é de 3,33%. Em novembro de 2018, o IGP-10 havia caído 0,16% sobre outubro e acumulado alta de 10,25% em 12 meses.

IBC-Br

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) --que tem como objetivo mensurar a evolução contemporânea da atividade econômica do país-- teve em setembro alta de 0,44% em relação ao mês anterior e terminou o terceiro trimestre com aumento de 0,91%, de acordo com dados dessazonalizados divulgados pelo BC nesta quinta-feira.

Na comparação com setembro de 2018, o IBC-Br subiu 2,11%, enquanto no acumulado em 12 meses o índice teve alta de 0,99%, de acordo com dados observados.

- Cenário Externo

Japão

A economia do Japão se expandiu a um ritmo anualizado de 0,2% entre julho e setembro, registrando o quarto trimestre consecutivo de crescimento, mostraram dados do governo.

A leitura preliminar do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre ficou abaixo da mediana das estimativas dos economistas em pesquisa da Reuters (+0,8%) e veio depois de uma alta revisada de 1,8% entre abril e junho.

Em base trimestral, o PIB aumentou 0,1%, menos que a taxa de 0,2% prevista. O consumo privado, que representa cerca de 60% da economia, cresceu 0,4%, e os gastos de capital aumentaram 0,9%, enquanto as exportações caíram 0,7%.

Zona do Euro

O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresceu 0,2% no terceiro trimestre de 2019, de acordo com estimativa preliminar da agência de estatísticas da União Europeia (UE), a Eurostat, divulgada nesta quinta-feira.

A economia alemã escapou de uma recessão técnica no terceiro trimestre, com a produção inesperadamente crescendo 0,1% em relação ao trimestre anterior, impulsionada por fortes gastos do consumidor, mostraram dados preliminares também nesta quinta-feira.

Na comparação anual, o Produto Interno Bruto (PIB) da maior economia da Europa cresceu 0,5% de julho a setembro, após expansão de 0,3% de abril a junho, mostraram números oficiais dessazonalizados.

China

O crescimento da produção industrial da China desacelerou significativamente mais do que o esperado em outubro, com a fraqueza na demanda global e doméstica e a prolongada guerra comercial com os Estados Unidos pesando sobre amplos segmentos da segunda maior economia do mundo.

A produção industrial cresceu 4,7% em relação ao ano anterior em outubro, segundo dados oficiais divulgados na noite de quarta-feira, abaixo da mediana das previsões de pesquisa da Reuters (+5,4%) e do resultado de setembro (+5,8%).

Os indicadores mostraram que outros setores também reduziram significativamente o ritmo e ficaram abaixo das previsões, com o crescimento das vendas no varejo próximo de uma mínima em 16 anos e o aumento do investimento em ativos fixos sendo o mais fraco já registrado.

- Guerra comercial

As negociações comerciais entre Estados Unidos e China "esbarraram em um obstáculo" sobre as compras de produtos agrícolas, com a China não querendo um acordo que pareça unilateral a favor dos Estados Unidos, informou o Wall Street Journal nesta quarta-feira, citando pessoas familiarizadas com o assunto.

"Sempre podemos interromper as compras se as coisas piorarem novamente", disse uma autoridade chinesa, segundo a reportagem.

Nesta quinta-feira, autoridades chinesas removeram barreiras às importações de carne de frango americana. Vale ressaltar que o país asiático sofre com nível de inflação elevado devido à escalada de preço de proteína animal, que foi causada pela epidemia da peste suína africana que abateu aproximadamente quase metade do rebanho de porcos no país. A medida talvez não esteja relacionada a uma distensão da guerrra comercial.

- BC do Chile afeta preço do dólar no Brasil

O peso chileno está se desvalorizando fortemente em relação ao dólar nesta semana, com os investidores cautelosos em relação à proposta de formação de uma Constituinte pelo governo para atender parte das reivindicações dos manifestantes que tomam as ruas do país há semanas. Para controlar a apreciação do dólar contra sua moeda nacional, o Banco Central chileno realizou ontem uma oferta de US$ 4 bilhões de swap. "O efeito foi sentido aqui" , avalia André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos. O economista afirma que, após o real atngir a cotação de R$ 4,19, a operação do BC chileno fez recuar o preço do dólar em real. Mesmo assim, não evitou que a moeda americana fechasse a R$ 4,1869, segundo maior fechamento da história.

BOLSAS INTERNACIONAIS

Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,76%, a 23.141 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,93%, a 26.323 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,16%, a 2.909 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,15%, a 3.905 pontos.

A quinta-feira se mostra negativa para a maior parte dos mercados de ações da Europa. Em Frankfurt, o DAX tem perdas de 0,25% aos 13.197 pontos, enquanto que em Londres o FTSE recua 0,16% aos 7.340 pontos. Já em Paris, o CAC tem leve alta de 0,15% aos 5.915 pontos.

COMMODITIES

A quinta-feira foi mais uma jornada com importante valorização para os contratos futuros do minério de ferro, que são transacionados na bolsa de mercadorias de Dalian, na China. O ativo com o maior volume de negócios, com data de vencimento para janeiro de 2020, somou 1,73% para 618,50 iuanes por tonelada, o que representa uma variação de 10,50 iuanes em relação aos 608,00 iuanes/t do valor de liquidação da véspera.

No mesmo sentido, as cotações dos papéis futuros do vergalhão de aço também apresentaram valorização na sessão, na bolsa de mercadorias da também chinesa cidade de Xangai. O contrato de maior liquidez, com entrega para janeiro do próximo ano, ganhou 69 iuanes para 3.511 iuanes por tonelada. Já o de maio de 2020, segundo mais negociado, valorizou 75 iuanes para 3.335 iuanes por tonelada.

O dia também é positivo para os preços do petróleo nas principais praças de negociação. O barril do tipo Brent, de Londres, soma 1,11%, ou US$ 0,69, a US$ 63,06, enquanto que, em Nova York, o WTI avança 0,98%, ou US$ 0,56%, a US$ 57,68.

MERCADO CORPORATIVO

- Anima Educação (SA:ANIM3)

A Ânima Educação informou nesta quarta-feira acordo de parceria com a Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) que prevê opção para a assumir administração da instituição catarinense em janeiro de 2021.

As empresas farão gestão compartilhada em 2020, enquanto esperam aprovação para o negócio pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A universidade catarinense reúne cerca de 2.400 funcionários e docentes, e tem aproximadamente 19 mil alunos, distribuídos em três campi e 78 polos de apoio presencial de ensino a distância no Brasil.

"A aliança poderá tornar ainda mais robusto o envolvimento da Ânima com a área de Medicina, curso que faz parte do portfólio da Unisul, com 287 vagas por ano", afirmou a Ânima em comunicado.

- brMalls

A brMalls teve alta de 51,4% no lucro ajustado do terceiro trimestre, a 186,8 milhões de reais, refletindo menores despesas, com a empresa vendendo participações em sete shopping centers fora do conjunto de ativos prioritários da companhia.

A empresa teve crescimento de 11% no resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, que encerrou o trimestre a 247,35 milhões de reais.

Analistas, em média, esperavam Ebitda de 234,3 milhões de reais para o Ebitda da brMalls, segundo dados da Refinitiv. A expectativa para o lucro líquido era de 150,8 milhões. Não ficou claro de imediato se os números são comparáveis aos reportados.

A brMalls registrou melhora na demanda de lojistas por espaço de vendas e recuperação de confiança, além da redução dos juros da economia. Apesar disso, as vendas mesmas lojas nos empreendimentos da companhia subiram apenas 2,2% no período ante crescimento de 2,5% um ano antes.

- Natura (SA:NATU3)

A Natura (SA:NATU3) reportou nesta quarta-feira lucro e resultado operacional abaixo das estimativas de analistas no terceiro trimestre, em meio a maiores investimentos e despesas não recorrentes com a compra da rival Avon.

A fabricante brasileira de cosméticos anunciou que seu lucro líquido somou 68,6 milhões de reais no período, queda de 48,4% ante mesma etapa de 2018 e bem abaixo da previsão média de analistas compilada pela Refinitiv, de 145,6 milhões de reais.

Já o resultado medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de 398,9 milhões de reais entre julho e setembro, declínio de 17,4% ano a ano e menor do que os 480,3 milhões de reais da pesquisa Refinitiv. Em termos ajustados, o Ebitda encolheu 3,4%, a 459,3 milhões de reais.

A receita líquida consolidada da companhia subiu 7,2% no comparativo ano a ano, para 3,47 bilhões de reais, segundo a Natura (SA:NATU3), apesar do cenário desfavorável no Brasil e em Hong Kong, palco de prolongados protestos anti-China, que impactaram os negócios das marcas The Body Shop e Aesop.

Na outra ponta, as despesas financeiras líquidas foram de 171,9 milhões de reais, ante 163,9 milhões um ano antes, refletindo maiores custos financeiros devido à compra da Avon, anunciada em maio, numa operação em ações avaliada em cerca de 2 bilhões de dólares.

- Vivara (SA:VIVA3)

A rede de joalherias Vivara (SA:VIVA3) teve lucro líquido ajustado de 43 milhões de reais no terceiro trimestre, crescimento de 8,2% na comparação anual, com expansão de receita e vendas mesmas lojas.

No primeiro resultado trimestral após a oferta pública inicial de ações (IPO) realizada em outubro, que movimentou 2,3 bilhões de reais, a Vivara (SA:VIVA3) afirmou que as vendas das lojas com 12 meses de operação cresceram 7,3% no período, ante uma expansão de 6,4% no terceiro trimestre de 2018.

A companhia apurou uma geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de 53,58 milhões de reais, expansão anual de 8,6%.

A receita líquida subiu 9,2%, para 240,3 milhões de reais.

- Qualicorp (SA:QUAL3)

A Qualicorp (SA:QUAL3) informou nesta quarta-feira que teve lucro líquido de 119 milhões de reais no terceiro trimestre, montante 9% superior ao do mesmo período do ano passado, porém abaixo da previsão média de analistas compilada pela Refinitiv, de 132 milhões de reais.

Já o resultado operacional da companhia medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado, subiu 11,7% ano a ano, para 271,5 milhões de reais, número pouco maior do que os 267 milhões de reais da previsão média apurada pela Refinitiv.

Apesar da queda de 1,7% no total de beneficiários em 12 meses, para 2,515 milhões de vidas, a companhia teve aumento de 5,4% da receita líquida do trimestre, ante mesma etapa de 2018, para 517,7 milhões de reais, refletindo em parte reajuste de preços.

Na outra ponta, as despesas operacionais consolidadas evoluíram apenas 0,1%.

- Petrobras (SA:PETR4)

A Petrobras (SA:PETR4) anunciou nesta quarta-feira o início da fase vinculante para a venda de suas participações nas concessões terrestres de Polo Cupiúba e Carapanaúba, no Amazonas, que incluem instalações de escoamento.

Agora, os habilitados para a nova fase receberão carta-convite com instruções, orientações e detalhes sobre o processo para due dilligence e para o envio das propostas vinculantes, informou a petroleira.

A estatal, que é a operadora com 100% de participação dos campos, havia divulgado a oportunidade de desinvestimento no início de setembro.

O Polo Cupiúba e Carapanaúba é composto por duas concessões terrestres com instalações integradas localizadas em Coari (AM), tendo registrado produção média de 81 barris por dia de óleo e 82 mil metros cúbicos diários de gás em 2018, segundo a empresa.

- Energia Eólica

O Nordeste bateu na terça-feira novos recordes de geração de energia eólica e solar, apenas dois dias após ter registrado a então maior geração fotovoltaica de sua história, informou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nesta quarta-feira.

De acordo com nota do órgão, a energia eólica atingiu pico de geração instantânea às 22h, com 9,75 gigawatts (GW) e fator capacidade de 83,2%, o que foi suficiente para atender a 78,8% da carga nordestina no momento do recorde, superando marca de 23 de setembro.

Já a geração solar chegou a 1,21 GW às 10h33, com fator capacidade de 95,3%, em momento em que representava 9,9% da carga da região. A geração fotovoltaica instantânea já havia batido recorde na manhã de domingo, quando somou 1,16 GW.

- Porto de São Luís

Maior parceira comercial do Brasil, a China anunciará um investimento bilionário no Porto de São Luís através da China Communications Construction Company (CCCC), afirmaram duas fontes com conhecimento direto do assunto, em condição de anonimato.

O anúncio será feito no âmbito da cúpula do Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Uma das fontes pontuou que os recursos anunciados farão parte do maior projeto de investimento estrangeiro direto anunciado para o país neste ano.

A pedra fundamental do porto de São Luís foi lançada em março do ano passado. À época, a agência estatal chinesa Xinhua informou que a CCCC liderava o projeto com participação acionária de 51% no empreendimento, ao lado das brasileiras WPR, do grupo de construção WTorre, e da gestora Lyon Capital.

- Frigoríficos

O surto de peste suína africana que acometeu a China é muito mais severo do que se pensava inicialmente, disse nesta quarta-feira a empresa norte-americana de agronegócio Archer Daniels Midland, acrescentando que o impacto total da doença sobre produtores de ração ainda será contabilizado.

A patologia, que é fatal para porcos, reduziu a criação chinesa de suínos pela metade desde agosto de 2018 e já elevou as margens para o processamento de soja em ração nas operações globais, disse o diretor financeiro da ADM, Ray Young, durante a Stephens Nashville Investment Conference.

O avanço da peste suína pela China, maior consumidora de carne de porco do mundo, redesenhou a cadeia global de oferta de alimentos, à medida que o país passou a depender mais da proteína importada e menos da produção doméstica.

AGENDA DE AUTORIDADES

- Jair Bolsonaro

O presidente da República segue participando nesta quinta-feira da XI Cúpula de Líderes do BRICS, tendo, na parte da tarde, reuniões separadas com os presidentes da Rússia e da África do Sul.

- Paulo Guedes

O ministro da Economia também participa da reunião dos BRICS, com destaque para as conversas com líderes com o conselho empresarial do grupo.

*Com Reuters