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ABERTURA: Ibovespa futuro inicia com alta de olho nas negociações China-EUA

22/11/2019 09h33

O índice futuro do Ibovespa inicia a sessão desta sexta-feira com valorização de 0,48% aos 108.075 pontos, com o dólar comercial recuando 0,34% a R$ 4,1783. Mais uma vez, as atenções dos investidores devem ficar voltadas ao cenário externo, na expectativa de notícias de um acordo entre China e EUA. Índice futuro sobe após divulgação do IPCA-15, que veio dentro do consenso e corrobora política monetária expansionista promovida pelo Banco Central.

- Cenário Interno

- IPCA-15

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,14 por cento em novembro, sobre alta de 0,09 por cento no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,16 por cento para o período.

Média dos núcleos ficou estável em 0,17%, mas taxa de difusão subiu de 53,5% para 59,2%.

Reforma Ministerial

O presidente Jair Bolsonaro negou nesta sexta-feira, em publicação nas redes sociais, que esteja planejando fazer uma reforma ministerial, e repetiu ataques à imprensa.

"Não existe qualquer reforma ministerial a caminho, até porque o governo está indo muito bem, apesar dessa banda podre da imprensa", disse Bolsonaro na publicação.

O site Vortex publicou na véspera que Bolsonaro tinha decidido trocar os ministros Abraham Weintraub, da Educação; Onyx Lorenzoni, da Casa Civil; e Marcelo Álvaro Antônio, do Turismo.

Segundo o site, que citou duas fontes com conhecimento da decisão, as mudanças, provavelmente, seriam anunciadas no começo do próximo ano.

Moody's

A agência de classificação de risco Moody's avaliou que o ímpeto de reformas no Brasil continua, aprovada a reforma da Previdência em outubro, mas ressalvou que as próximas iniciativas são complexas tanto nas metas quanto nos prazos.

Em relatório com data desta quinta-feira, a Moody's disse que o rating "Ba2" do Brasil é amparado pelo ambiente pró-reformas econômicas, cenário que contraria a tendência observada em outros países da região.

"No entanto, as iniciativas de reforma são complexas em termos do que pretendem alcançar e do processo legal necessário para sua aprovação", afirmou a agência. "Um prazo apertado para aprovar as reformas antes do início da campanha para as eleições locais em meados de 2020 também representa um desafio", completou.

- Cenário Externo

Acordo EUA e China

A China quer desenvolver um pacto comercial inicial com os Estados Unidos e vem tentando evitar uma guerra comercial, afirmou o presidente Xi Jinping nesta sexta-feira, mas não tem medo de retaliar quando necessário.

Economistas alertam que uma disputa prolongada entre as duas maiores economias do mundo está elevando os riscos para a economia global ao prejudicar as cadeias de oferta, reduzir o investimento e conter a confiança empresarial.

"Queremos trabalhar pela 'fase um' do acordo com base em respeito mútuo e igualdade", disse Xi a representantes de um fórum internacional.

"Quando necessário vamos responder, mas temos trabalhado ativamente para tentar não ter uma guerra comercial. Não iniciamos essa guerra comercial e isso não é algo que queremos."

Alemanha

Exportações fortes, gastos estatais e os consumidores ajudaram a economia da Alemanha a evitar a recessão no terceiro trimestre, mostraram dados detalhados nesta sexta-feira, confirmando a leitura preliminar de expansão de 0,1% no trimestre.

A Agência Federal de Estatísticas disse que as exportações cresceram 1% no trimestre e que o comércio contribuiu com 0,5 ponto percentual para a expansão econômica.

A maior economia da Europa está passando por um período de fraqueza conforme sua indústria orientada para a exportação enfrenta atritos comerciais e incertezas sobre a saída do Reino Unido da União Europeia.

Zona do euro

O crescimento empresarial da zona do euro ficou praticamente estagnado em novembro uma vez que a atividade no dominante setor de serviços aumentou a um ritmo muito mais fraco do que o esperado e houve contração na indústria novamente, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) nesta sexta-feira.

O PMI Composto preliminar do IHS Markit ficou em 50,3 neste mês, de 50,6 em outubro e muito perto da marca de 50 que separa crescimento de contração.

Esse resultado ficou abaixo de todas as expectativas em pesquisa da Reuters cuja mediana era de 50,9 e próximo de uma mínima em mais de seis anos vista em setembro.

BOLSAS INTERNACIONAIS

Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,32%, a 23.112 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,48%, a 26.595 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,63%, a 2.885 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,02%, a 3.849 pontos.

A sessão se mostra positiva para a maior parte dos mercados de ações da Europa. Em Frankfurt, o DAX opera perto da estabilidade, com leve queda de 0,01% aos 13.136 pontos, enquanto que em Londres, o FTSE soma 0,99% a R$ 7.310 pontos. Já em Paris, o CAC avança 0,23% a R$ 5.894 pontos.

COMMODITIES

A jornada desta sexta-feira foi marcada por uma importante valorização para os contratos futuros do minério de ferro, que são transacionados na bolsa de mercadorias de Dalian, na China. O ativo com maior volume de negócios, com data de vencimento para janeiro de 2020, o avanço foi de 2,20% a 650,50 iuanes por tonelada, o que presenta uma variação de 14 iuanes em relação ao valor de liquidação da véspera, que foi de 636,50 iuanes/t.

No mesmo sentido, os papéis futuros do vergalhão de aço também chegaram ao final do último dia da semana com ganhos, na bolsa de mercadorias chinesa de Xangai. O contrato de maior liquidez, para janeiro do próximo ano, somou 12 iuanes para 3.655 iuanes por tonelada, enquanto que, o segundo mais negociado, de maio, avançou 8 iuanes para 3.390 iuanes por tonelada.

A sexta-feira é de queda nos preços dos futuros do petróleo nos mercados internacionais. O barril do tipo Brent, de Londres, cai 0,27%, ou US$ 0,17, a US$ 63,80, enquanto que, o WTI, de Nova York, recua 0,55%, ou US$ 0,32, a US$ 58,26.

MERCADO CORPORATIVO

- Boeing-Embraer

O órgão de defesa da concorrência da China aprovou a compra do controle da divisão de aviação comercial da Embraer (SA:EMBR3) pela Boeing.

O acordo Boeing-Embraer aparece em uma lista de transações datada de 19 de novembro que descreve transações "aprovadas sem condicionantes" e foi publicada no site do departamento antimonopólio da Administração Estatal de Regulação do Mercado da China.

O documento não informa detalhes e apenas menciona que o caso foi julgado 10 dias antes, em 9 de novembro.

A Boeing, maior fabricante de aviões do mundo, tem buscado concluir a compra de 80% da divisão de aviação comercial da Embraer (SA:EMBR3), em estratégia para melhor competir com a rival europeia Airbus no mercado de jatos com até 150 lugares.

- Enel (MI:ENEI)

A Enel (MI:ENEI) informou nesta quinta-feira que adquiriu 2.959.302 ações ordinárias de emissão da antiga Eletropaulo (SA:ELPL3), representativas de 1,48% do seu capital social total, e que remanesceram em circulação 5.174.050 ações ordinárias, ou 2,58% do capital da empresa.

A Enel (MI:ENEI), que tem como objetivo retirar de negociação na bolsa B3 os papéis da distribuidora após adquirir o controle da elétrica no ano passado, comprou as ações pelo preço unitário de 49,39 reais, totalizando o valor de cerca de 146 milhões de reais.

Com a oferta pública de aquisição, a empresa visou o cancelamento do registro de companhia aberta da Eletropaulo (SA:ELPL3) perante a Comissão de Valores Mobiliários sob a categoria "A" e conversão para a categoria "B", que não permite a emissão de ações ou títulos conversíveis.

A companhia deve promover, após a liquidação da oferta, o resgate das ações remanescentes, já tendo sido convocada assembleia geral extraordinária de acionistas da Eletropaulo (SA:ELPL3) para 26 de novembro, visando deliberar sobre o resgate compulsório.

- Minerva (SA:BEEF3)

O frigorífico Minerva (SA:BEEF3) anunciou nesta quinta-feira que fábrica de abate da companhia na Colômbia recebeu permissão de exportação de carne bovina para a Arábia Saudita.

Em comunicado ao mercado, a Minerva (SA:BEEF3) afirmou que a fábrica com autorização de exportação saudita integra a divisão Athena Foods.

"Com um rebanho de aproximadamente 24 milhões de cabeças de gado, segundo dados do USDA, a Colômbia possui enorme potencial de crescimento, refletido pela nova habilitação concedida pelo governo da Arábia Saudita", afirmou a Minerva (SA:BEEF3) no comunicado.

- Stone

A processadora de pagamentos Stone anunciou nesta quinta-feira lucro líquido de 191,3 milhões de reais, expansão de 111,6% sobre o mesmo período do ano passado, com salto de receitas e clientes ativos.

A companhia, rival de empresas como Cielo (SA:CIEL3), Rede, PagSeguro (NYSE:PAGS) e Mercado Pago, apurou receita total de 671,1 milhões de reais, expansão de 62,1% sobre o mesmo período do ano passado.

A base de clientes ativos subiu 82,8% na comparação anual, para 428,9 mil, com adição líquida de 68,7 mil entre julho e o fim de setembro.

A Stone apurou margem líquida de 28,5%, um aumento de 6,7 pontos percentuais.

O volume total de pagamentos transacionados na plataforma da companhia somou 32,6 bilhões de reais, crescimento anual de 49,8%.

- Petrobras (SA:PETR4)

A Petrobras (SA:PETR4) fechou acordo com a Proquigel Química para arrendar suas fábricas de fertilizantes na Bahia (Fafen-BA) e em Sergipe (Fafen-SE) por dez anos, em negócio de 177 milhões de reais, informou a petroleira nesta quinta-feira.

De acordo com comunicado da estatal, o contrato pode ser prorrogado por mais dez anos.

A Proquigel faz parte da petroquímica Unigel, que atua nas áreas de estirênicos, acrílicos e fertilizantes, acrescentou a nota da petroleira.

Localizada em Camaçari, a Fafen-BA é uma unidade de fertilizantes nitrogenados com capacidade de produzir 1.300 toneladas de ureia por dia, enquanto a Fafen-SE, em Laranjeiras, pode produzir 1.800 toneladas diárias de ureia. Ambas também comercializam amônia e gás carbônico.

O arrendamento faz parte dos planos de desinvestimento da petroleira, que visa arrecadar capital para reduzir suas dívidas. O processo relacionado às Fafens começou oficialmente em janeiro, com as licitações sendo abertas no final de abril. Ambas as fábricas foram hibernadas durante o processo.

- Avicultura

A indústria de carnes do Brasil tem colhido preços mais altos na exportação e no mercado interno e maiores embarques ao exterior, com impulso da demanda da China, mas a euforia é menor para o setor de frango, já que há alguns fatores que podem preocupar o setor avícola, avaliaram nesta quinta-feira especialistas do Itaú BBA.

Segundo o analista de Alimentos e Bebidas da Itaú BBA Corretora, Antônio Barreto, os preços das proteínas animais estão firmes na China, que tem lidado com uma oferta menor de carne de porco após sofrer uma redução drástica no seu plantel pela peste suína africana.

"Quanto mais falta de proteína (na China), maior a rentabilidade para as empresas (brasileiras) listadas em bolsa", disse Barreto, referindo-se à JBS (SA:JBSS3), Marfrig (SA:MRFG3), Minerva (SA:BEEF3) e BRF (SA:BRFS3).

Contudo, Barreto sinalizou que o cenário não é tão brilhante para a BRF (SA:BRFS3), maior exportadora global de carne de frango, já que a China tem aumentado a produção das aves, como uma das alternativas mais rápidas para diminuir o impacto da queda de oferta de carne suína no maior consumidor global desse produto —uma ave fica pronta para o abate bem antes de porcos e bois.

- Energisa (SA:ENGI4)

A elétrica Energisa (SA:ENGI4) planeja investir 7,5 bilhões de reais nos próximos três anos no país, disse nesta quinta-feira Ricardo Perez Botelho, presidente da empresa, depois de uma audiência com Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto.

Segundo Botelho, uma boa parte desses investimentos, 1,5 bilhão de reais, será feita apenas nos Estados de Rondônia e Acre, nos quais a Energisa (SA:ENGI4) passou a operar há menos de um ano.

"Cerca de 20% dos usuários nesses Estados estão ligados a sistemas isolados. Nosso objetivo até 2022 é conectar todos esses clientes ao sistema nacional para garantir um atendimento de qualidade", afirmou.

Segundo o executivo, a intenção é ter a situação dos dois Estados equacionada até 2022.

Tradicional investidora em distribuição de eletricidade, segmento em que controla 11 empresas, a Energisa (SA:ENGI4) estreou em transmissão em 2017, quando arrematou as primeiras concessões para a construção de linhas em leilões do governo. Desde então, a companhia já acumula quatro empreendimentos no setor.

AGENDA DE AUTORIDADES

- Jair Bolsonaro

O presidente da República começa a sexta-feira participando de palestra na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, almoçando em seguida no XI Encontro dos Calções Pretos.

- Paulo Guedes

- 38º Encontro Nacional de Comércio Exterior – ENAEX;

- Audiência com o diretor do Centro de Economia Mundial da FGV, Carlos Langoni;

- Audiência com o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes;

- Audiência com o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (ABRADEE), Marcos Aurélio Madureira da Silva;

- Audiência com o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), Sergio Paulo Gallindo.

*Com Reuters