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BTG Pactual diz que compra do PanAmericano custou R$ 450 milhões

Flávio Florido/UOL
Imagem: Flávio Florido/UOL

Da Redação, em São Paulo

31/01/2011 21h52

Nota divulgada pelo BTG Pactual nesta segunda-feira informa que o banco de investimento comprou a totalidade de ações do Grupo Silvio Santos no PanAmericano por R$ 450 milhões.

Com o acordo, o BTG Pactual passa a ter 37,64% da instituição de varejo, com 51% das ações ordinárias e 21,97% das preferenciais.

A aquisição está sujeita a aprovação do Banco Central.

A negociação ocorreu pouco depois da constatação de que fraudes no banco causaram prejuízos de cerca de R$ 4 bilhões, e não de R$ 2,5 bilhões, como divulgado quando a crise estourou, em novembro do ano passado.

O rombo surgiu porque o banco teria vendido partes de sua carteira de crédito (empréstimos feitos) a outros bancos, sem dar baixa disso na sua contabilidade. Era como se contasse com um dinheiro que não existia mais.

A Caixa Econômica Federal é dona de parte do PanAmericano. O BTG Pactual e a Caixa firmaram acordo de acionistas, pelo qual a Caixa manterá sua participação de 36,56% no capital social total do banco.

Na data da conclusão do negócio, será realizada uma Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA) aos minoritários nas mesmas condições oferecidas ao acionista controlador pelo preço de R$ 4,89 por ação.

Segundo o BTG Pactual, a Caixa Econômica Federal reiterou seu compromisso de manutenção da parceria estratégica com o Banco PanAmericano, através do fechamento de um acordo de cooperação, por meio do qual adquirirá direitos creditórios e aplicará em depósitos interfinanceiros do Banco PanAmericano.

“A aquisição representará a criação de uma quarta linha de negócios para o Banco BTG Pactual no Brasil. O PanAmericano será uma plataforma independente de distribuição de produtos e crédito para o varejo”, declarou André Esteves, CEO do Banco, em referência às três atuais áreas de negócios: Investment Banking, Asset Management e Wealth Management.

“A Caixa, com sua capilaridade e longa tradição no varejo, e o BTG Pactual são parceiros complementares. Esta associação trará consigo um potencial enorme de originação de negócios, além de criação e distribuição de produtos”, acrescentou.

"Para a Caixa, a sociedade com o BTG Pactual manterá as condições patrimoniais que a fizeram adquirir 49% do controle acionário das ações do PanAmericano, decisão fundamentada na evidência de complementariedade e potencial de negócios comuns entre as duas instituições, dando sequência à estratégia da Caixa de expansão no mercado de crédito brasileiro", afirmou a presidenta da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho.

O sócio do BTG Pactual José Luiz Acar Pedro será o novo CEO do PanAmericano, que terá atuação independente do BTG Pactual. O PanAmericano tem como foco os segmentos de consumer finance (crédito ao consumidor) e middle market.

“Investiremos em sistemas, processos e aprimoramento da eficiência, além de criação de novos produtos e suporte aos clientes, franqueados, promotores de venda e na intensificação da nossa parceria com a Caixa”, explicou Acar. “O PanAmericano poderá praticar taxas de financiamento mais competitivas, beneficiando os seus clientes, dada a esperada redução no custo de captação do Banco em função desta transação", afirmou.