Empresa incubada cria estrutura de bambu ecológico para estande na Rio+20
Afonso Ferreira
Do UOL, em São Paulo
20/06/2012 06h00
Quatro anos de incubação, entre 2005 e 2008, foram fundamentais para o sucesso da Bambutec, empresa que produz e arquiteta estruturas de bambu para eventos. O negócio recebeu auxílio do Instituto Gênesis, da PUC-Rio (Pontífica Universidade Católica do Rio de Janeiro), no gerenciamento e estruturação.
Antes, os sócios Mario Seixas, 33, e João Bina, 39, produziam algumas peças em bambu de maneira informal. Hoje, a Bambutec tem entre seus clientes empresas e instituições de grande porte.
Um deles é a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), para a qual foi criado um estande personalizado na Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que termina nesta sexta-feira (22).
Segundo Seixas, o ambiente de troca de conhecimento e o contato com consultores e com outras empresas em fase de nascimento foram os principais benefícios do período de incubação.
“A formação toda foi boa. Já possuíamos o conhecimento técnico e a incubadora nos mostrou outras esferas, como gestão, plano de negócios, organização, logística e contato com clientes”, afirma.
Período de incubação faz empresa definir foco
A dupla de sócios já utilizava a estrutura da PUC-Rio para pesquisar e desenvolver produtos feitos com bambu. Mas foi só no período de incubação que a atividade ganhou um plano de negócios e se tornou profissional.
Com a formalização do negócio, alguns pontos negativos na estratégia da empresa foram evidenciados. De acordo com Seixas, a empresa tinha um leque grande de serviços e percebeu que precisava ter um foco definido.
“Notamos que o mercado exigia produtos exclusivos e com rapidez. Não dava mais para criar peças em série. Hoje, nosso foco é atender ao mercado de eventos e desenvolver produtos personalizados”, diz.
Bambu é cultivado de forma ecológica
Parte da matéria-prima da empresa vem de um bambuzal próprio, em um sítio de 20 hectares, no Rio de Janeiro. O restante vem de um produtor parceiro, no Estado de São Paulo.
O cultivo, segundo Seixas, é feito de forma ecológica. Os bambus são colhidos na época da maturidade, tratados por meio de uma técnica de defumação e secos naturalmente. Em nenhum momento da cadeia produtiva são utilizados aditivos químicos.
Estruturas são reaproveitadas após eventos
A destinação do material usado é outra preocupação da empresa. Com base em uma técnica desenvolvida pelos sócios, as amarrações e as conexões entre os bambus não geram desgaste nas peças. Após os eventos, as estruturas são desmontadas e reaproveitadas para dar origem a novos trabalhos.
“Estamos fora desse sistema de uso e descarte. Existem peças que vêm sendo utilizadas há 12 anos e podem ser utilizadas por mais 20. O material é durável”, afirma Seixas.