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Livro mostra dicas de grandes líderes para promover felicidade na empresa

Larissa Coldibeli

Do UOL, em São Paulo

10/10/2012 06h00

Alexandre Teixeira, autor do livro Felicidade S.A. (Arquipélago Editorial), conversou com os maiores líderes do Brasil para conhecer práticas de gestão de pessoas e liderança. Depois de um ano de pesquisas, ele chegou à conclusão de que as melhores empresas preocupam-se com a necessidade de funcionários motivados e satisfeitos e estão fazendo o possível para criar um bom ambiente para os funcionários.

“Algumas empresas acreditam sinceramente e humanamente nisso, outras estão atentas a essa questão por motivos relacionados a resultados”, afirma. De qualquer forma, segundo Teixeira, o clima do ambiente de trabalho tem influência na saúde dos funcionários e nos resultados da empresa.

A chave para se ter um bom ambiente de trabalho é a liderança e a principal característica de um bom líder, de acordo com o autor do livro, é a empatia. “A capacidade de se colocar no lugar do outro é fundamental. Quem está em posição de chefia, em geral, ouve menos do que deveria, porque está em pressão constante por resultado e é frustrante depender do trabalho dos outros. Mas a empatia é uma característica que pode ser desenvolvida”, afirma.

O que os líderes têm a ensinar

Alexandre Teixeira selecionou para o UOL algumas declarações dos principais líderes do país, que estão em seu livro publicado pela Arquipélago Editorial.

Fábio Barbosa, ex-presidente dos bancos Real e Santander, hoje presidente da Abril
“Eu aposto que cativar as pessoas cria um mundo melhor e funciona. Coitadas das pessoas que vivem dando porrada nas outras e acham que isso é necessário para fazer as coisas acontecerem.”

Abilio Diniz, presidente do conselho de administração do Pão de Açúcar
“Não precisamos submeter o indivíduo a provações, a uma vida ruim, para ele mostrar que é bom, para enrijecê-lo nas dificuldades”, diz Abilio Diniz. “Odeio sacrifícios, seja para mim ou para os outros. As pessoas têm de trabalhar, apresentar resultados, ser pragmáticas e objetivas, mas têm de fazer tudo isso com alegria.”

Luiz Seabra, presidente do conselho de administração da Natura
“Se você só responder a estímulos de mercado, sua capacidade de olhar para o futuro e de promover inovação real fica fragilizada”, diz Luiz Seabra. “Agora, se você, junto com seus colaboradores, passa o tempo todo trabalhando os valores que fundamentam a empresa, e não o resultado de curto prazo, a transparência [exigida pelo mercado] contribui para a sua defesa e não para a sua fragilidade.”

Sergio Chaia, presidente executivo da Nextel
“Aprendi que o caminho mais rápido para receber alguma coisa do mundo é entregar a ele. Quer ser promovido? Promova. Quer arrumar um emprego? Arrume um emprego para alguém”, afirma Sergio Chaia. “Se quero o reconhecimento das pessoas, o que preciso fazer? Reconhecê-las.”

Sandro Bassili, vice-presidente da Ambev
“A companhia é um casamento de longo prazo”, afirma ele. “É diferente de um banco de investimento, onde se ganha dinheiro mais no curto prazo mesmo.”

Infelicidade no trabalho é estopim para virada profissional e para empreender

  • Reprodução

    Capa do livro Felicidade S.A., de Alexandre Teixeira

Teixeira diz que a pergunta para identificar a felicidade no trabalho é “Eu estou escolhendo fazer o que faço ou fui escolhido?”.

“A gente tende a escolher muito pouco. Somos escolhidos pelo mercado de trabalho ou somos indicados por alguém. Somos selecionados para promoções ou chamados por outras empresas. Se a pessoa não se reconhece mais no que faz, nesse momento, ela pode se descobrir um empreendedor”, afirma.

Esse questionamento gera muitas viradas profissionais interessantes, mas nem todas podem acabar em empreendedorismo. "Ser empreendedor não é para todo mundo, mas também não é a única saída. A pessoa pode trocar de emprego ou mudar de área dentro da mesma empresa. Às vezes, para isso acontecer, basta uma conversa. Mas é necessário buscar essa virada", declara.