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Empreendedorismo: cuidado com trocadilhos ao batizar sua empresa

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

27/11/2012 06h00Atualizada em 05/10/2018 18h08

Açougue Ex-touro. Petshop Au que Mia. Funerária Boa Morte. Motel C Q Sabe. Não são raros nomes de negócios que brincam com as palavras. Mas, ao nomear sua empresa, o empreendedor precisa estar consciente de que sua escolha vai determinar como ela será vista pelos clientes.

Trocadilhos chamam a atenção, são de fácil memorização e podem surtir efeito positivo para negócios locais. Mas, ao colocar a criatividade em ação, especialistas recomendam cuidado para não cometer erros ou passar uma imagem negativa da empresa. Mais do que um simples título, o nome deve ter identidade com o público e com o setor de atuação. 

Para saber o que pode ser usado e o que deve ser evitado, o UOL conversou com professores e consultores na área.

Segundo o professor do curso de administração da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) Marcos Hashimoto, um nome ruim é aquele que não transmite a ideia do que a empresa faz. “O nome tem de ser fácil de ser lembrado e refletir a identidade do negócio”, afirma.

O nome comercial de uma empresa, chamado de nome fantasia, é diferente da razão social – título utilizado para registro nos órgãos públicos. Um não depende do outro, mas o empreendedor pode formá-los com palavras em comum.

No entanto, antes de decretar o nome do negócio, o empresário precisa fazer duas checagens. A primeira, no site da Junta Comercial do seu Estado, para saber quais são as razões sociais em uso. A segunda, no site do INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), para verificar se há o registro da marca.

Ao utilizar um nome comercial já registrado, o empresário corre risco de ser processado e de ser obrigado a mudar o título da empresa. “É muito difícil achar bons nomes. Quando se acha, eles já existem”, diz Hashimoto. Se não houver registro do nome criado, o empreendedor pode providenciá-lo sob sua propriedade. 

Nome deve ser pensado junto com slogan e logotipo

De acordo com o professor da escola de administração de empresas da FGV (Fundação Getulio Vargas) Gilberto Sarfati, a criação do nome da empresa deve ser pensado em conjunto com o logotipo e o slogan. “Uma montagem adequada é meio caminho para o público entender conceito do negócio”, declara.

A má elaboração deste conjunto pode afastar clientes e gerar prejuízos financeiros. Por isso, o professor da FGV afirma que a criação do nome vem após a elaboração do plano de negócios.

Antes de nomear, o empreendedor deve ter claro o tipo de problema que vai resolver e a solução oferecida ao mercado. “O mais importante é o negócio em si, não o nome da empresa", diz Sarfati.

Veja algumas recomendações dos especialistas para dar nome às empresas:

  • Nome deve ter identidade com o produto, por exemplo, uma bicicletaria chamada "veloster" passa a imagem de algo veloz.
  • Palavras estrangeiras atraem classes C e D.
  • Nomes curtos são memorizados mais rápido.
  • Siglas são melhores para escritórios.
  • Palavras da moda podem ficar 'velhas'.
  • Trocadilhos chamam atenção e são de fácil memorização.
  • Empresa deve ter endereço fácil na internet e evitar caracteres confusos como "ç".
  • Evite diminutivos, pois reduzem o status e a credibilidade da empresa.
  • Cuidado com nomes de empresas falidas, como "Mapping".
  • Nomes fortes, como "rei" e "império", são bem aceitos.