IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

Petrobras volta a investir na Bolívia 7 anos após 'perder' refinarias no país, diz jornal

Do UOL, em São Paulo

01/02/2013 10h20

A Petrobras venceu uma licitação para explorar um campo de produção de gás na Bolívia, no Departamento (Estado) de Santa Cruz, região que abriga as maiores reservas de gás natural do país. A informação foi divulgada em reportagem do jornal "Valor Econômico" nesta sexta-feira (1º).

O investimento da estatal brasileira ocorre quase sete anos depois de o presidente boliviano, Evo Morales, determinar a estatização dos ativos da empresa no país. Em maio de 2006, Morales anunciou a estatização de todo o setor de hidrocarbonetos boliviano, cumprindo uma promessa eleitoral. A Petrobras teve as refinarias expropriadas e passou a pagar royalties maiores pelo gás que explora no país.

A exploração do novo campo vai ocorrer por meio de um contrato de prestação de serviços com a estatal boliviana YPFB, e os trabalhos no local podem começar no segundo semestre deste ano. A estatal não divulgou o valor do investimento previsto ou o tamanho das reservas.

Segundo o "Valor", uma preocupação do governo é que a produção nas jazidas hoje operadas pela Petrobras na Bolívia deve começar a declinar a partir de 2017.

A procura por novas reservas é estratégica para o Brasil, frente aos seguidos recordes na demanda por gás no país, segundo a reportagem. Em novembro, o Brasil demandou 70,9 milhões de metros cúbicos diários, alta de 41,5% em relação ao mesmo período de 2011, por conta do acionamento das termelétricas, devido ao baixo nível dos reservatórios. De janeiro a novembro, a alta foi de 18,2%.

O contrato entre Petrobras e YPFB prevê a exportação de 30 milhões de metros cúbicos diários de gás ao Brasil, através do gasoduto Brasil-Bolívia, diz a reportagem.

A Bolívia tem no Brasil seu principal cliente no mercado de gás. No ano passado, as exportações de gás da Bolívia somaram US$ 5,741 bilhões, sendo 75% desse valor ao Brasil. O gás é um produto essencial para a balança comercial do país vizinho, representando 48,8% de suas exportações.