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Tomate fica mais caro que carne, azeite importado e caixa de cerveja

Matheus Lombardi

Do UOL, em São Paulo

10/04/2013 10h56

A alta no preço do tomate tem virado motivo de piada e revolta para os consumidores do país. O alimento é o principal vilão da inflação no país, e tem provocado muita dor de cabeça em economistas do governo.

De acordo com dados do IBGE, enquanto a inflação oficial subiu 6,59% no último ano, o tomate ficou 122,13% mais caro no mesmo período. Em supermercados de São Paulo, é possível trocar um quilo de tomate pela mesma quantidade de carne, por exemplo.

O UOL fez um levantamento no site de dois supermercados de São Paulo que oferecem a possibilidade de realizar compras online. No Pão de Açúcar, o quilo do tomate caqui é anunciado por R$ 13,64. Com o mesmo valor seria possível comprar um quilo de cupim bovino (R$ 12,99), uma garrafa de azeite português (R$ 12,73) ou um quilo de mortadela, por R$ 13,65.

No supermercado Sonda, o quilo do tomate débora é vendido por R$ 11,98. Pelo mesmo preço seria possível comprar um caixa com 12 latas de cerveja Antarctica (R$ 11,88), um quilo de filé de peito de frango (R$ 11,48) ou dez quilos de abóbora (R$ 11,80).

Segundo especialistas, o clima é o grande culpado pela alta dos preços, pois as fortes chuvas em várias regiões produtoras prejudicou a safra. Além disso, o diesel mais caro aumentou os custos para os produtores levarem os tomates do campo para os grandes centros consumidores do país.

Famílias mais pobres sentem mais a alta dos preços

Para o pesquisador da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE), André Braz, a alta no preço dos alimentos afeta principalmente os brasileiros que ganham até 2,5 salários mínimos.

De acordo com Braz, a expectativa é de uma safra melhor para 2013, porém, alerta, não se pode esperar uma melhora expressiva da oferta para itens mais básicos. Logo, reforça, não haverá recuos consideráveis nos preços desses alimentos.