Fundo imobiliário é opção para investir sem ter de comprar uma casa
Considerado de risco comparável ao de ações na Bolsa de Valores, os fundos de investimento imobiliário são opção para quem busca resultados de longo prazo e deseja investir em imóveis sem ter de comprá-los e gerenciá-los.
"É um investimento de alto risco, e precisamos trabalhar no aprendizado do investidor", afirma o gestor de fundos imobiliários do banco Itaú, Carlos Martins. "Mas este é um investimento sólido e sempre há o produto certo para o investidor certo".
No Brasil desde 1993, é considerado um investimento jovem no mercado, mas cresceu muito nos últimos dois anos. Hoje há 100 mil cotistas que investem em fundos de empreendimentos imobiliários residenciais e comerciais no país. A maioria dos investidores é de pessoas físicas.
Os fundos imobiliários correspondem a 20% dos investimentos na Bolsa de Valores.
Todo fundo imobiliário tem um gestor que o administra. O registro do fundo é obrigatório na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e informações sobre cada fundo podem ser obtidas na internet.
Localização do imóvel (elemento mais importante), infraestrutura pública (transporte, bom acesso viário), vagas na garagem, elevador e conforto são itens que devem ser levados em conta pelo futuro investidor.
Se o empreendimento está em um bairro bem localizado e de fácil acesso, tem chance maior de estar sempre ocupado.
"O Fundo imobiliário é indicado para quem aposta na valorização imobiliária futura e pode contar com o gestor do fundo, que faz o papel do especialista e identifica a melhor opção do mercado para investir", afirma o professor da Business School São Paulo (BSP) Fernando Fleury.
É preciso diversificar a carteira de investimento em imóveis
Fleury destaca vantagens e desvantagens do fundo imobiliário. Segundo ele, o gestor do fundo é um especialista que vai cuidar do negócio, analisar riscos e saber em quais papéis investir.
Ele diz que há grandes oportunidades de negócio só encontradas nesse mercado, e isso ajuda a diversificar o risco e investir em diferentes frentes.
"Mas é preciso ficar atento com os gastos de taxas de administração (de 1% a 2% ao ano), que reduzem o ganho, e o investimento não deve ser encarado como fonte de renda fixa, pois esse mercado é sujeito a riscos", declara. Segundo ele, uma taxa de até 1% é aceitável.
Antes de decidir investir, é importante buscar muita informação e conhecer os três tipos de fundo imobiliário. Os fundos de investimento em títulos imobiliários têm menor risco de instabilidade (altos e baixos nos ganhos).
Os fundos de renda de aluguel, que correspondem à maior fatia do mercado, têm risco médio.
Ainda pouco disponível no Brasil, o fundo de desenvolvimento imobiliário tem um período predeterminado para existir. Negocia os papéis durante a construção do empreendimento. O lucro principal vem da venda do imóvel na entrega da obra. Este tem o maior risco, mas pode ter retorno mais alto.
A rentabilidade do investidor depende do tipo e do contrato do fundo imobiliário. Nos fundos de renda de aluguel, o retorno costuma ser mais constante, mas está sujeito aos mesmos riscos do mercado imobiliário, como o imóvel ficar vazio por um período.
O retorno do investimento em títulos imobiliários e em fundo de desenvolvimento imobiliário não é tão constante, mas a rentabilidade pode ser maior, assim como os riscos.
Não há valor predefinido para ser recebido por mês, como os aluguéis, e a renda do investidor vai depender da valorização ou desvalorização dos papéis do fundo.
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