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Sears, Dunkin' Donuts e Gap: marcas estrangeiras vão abrir lojas no Brasil

Aiana Freitas

Do UOL, em São Paulo

23/08/2013 06h00

O Brasil está no foco de grandes redes estrangeiras. Marcas que já estiveram presentes no país, como Sears e Dunkin’ Donuts, estão negociando seu retorno. Outras, como a Gap, planejam abrir suas primeiras lojas nos próximos meses.

O crescimento do mercado consumidor brasileiro é o principal motivo apontado pelas empresas para entrar no Brasil neste momento. A dificuldade de encontrar parceiros adequados e a burocracia são algumas das razões que fizeram com que elas ficassem fora do país nos últimos anos.

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A rede americana de confeitarias Dunkin’ Donuts, famosa pelas rosquinhas, e que chegou ao Brasil nos anos 80 e fechou suas últimas unidades em 2005, quer abrir novas lojas no ano que vem em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. O objetivo da empresa é atingir a marca de 20 a 25 unidades em cada uma dessas cidades nos próximos cinco anos.

"Acreditamos muito no Brasil, por causa do tamanho de sua população, do crescimento da classe média e da abertura do país a novas ideias. Queremos voltar ao país do jeito certo", diz Jeremy Vitaro, vice-presidente de desenvolvimento internacional da empresa.

Cardápio com sabor brasileiro

O "jeito certo", segundo ele, será por meio de grandes parceiros, que cuidarão de administrar franquias da marca. A Dunkin’ Donuts dará preferência a parceiros que já tenham experiência na administração de restaurantes.

A volta ao Brasil também tem relação com a importância que a América Latina ganhou para a empresa. Hoje, a Dunkin’ Donuts possui mais de 300 unidades em países como Chile, Colômbia e Peru.

A empresa deverá adicionar ao cardápio tradicional, que inclui cafés e roscas doces, alguns sabores brasileiros. Isso geralmente é feito nos países em que a Dunkin’ Donuts atua. No Chile, as lojas vendem roscas com doce de leite, por exemplo.

Lojas em shoppings já em 2013

Depois de anos ensaiando, a Gap, maior rede de vestuário dos Estados Unidos, também terá lojas próprias no Brasil. Ainda neste ano, duas lojas serão abertas em São Paulo, uma no Shopping JK Iguatemi (em setembro) e outra no Shopping Morumbi (em outubro).

A marca já tem lojas na América Latina (Chile, Uruguai, Panamá, Colômbia e no México) e está focada, sobretudo, na nova classe média brasileira.

"O Brasil é o quinto maior país do mundo, a maior economia da América Latina, com uma classe média em ascensão e que valoriza o consumo de marcas. Nossa percepção é que esse cenário trará uma oportunidade de crescimento bastante expressiva para a Gap", disse, em nota, Pierre Schrappe, diretor comercial da marca no Brasil.

A empresa chegará ao país por meio do Grupo Blue Bird, que tem em seu portfólio marcas como Cori, Luigi Bertolli e Emme, também de moda. O objetivo é que essa parceria permita que a Gap possa oferecer, no Brasil, roupas a preços competitivos.

Magazine vira loja compacta

Outra marca que está de olho na região é a Sears. A empresa americana já teve grandes magazines no Brasil, que vendiam de roupas a produtos para casa. Aberta nos anos 40, a loja da praia de Botafogo, no Rio de Janeiro, tinha três andares, ar-condicionado e escada rolante, novidades para a época.

A empresa, no entanto, foi embora no começo dos anos 90, quando outros magazines, como Mappin e Mesbla, também entraram em crise. A volta será por um modelo diferente: franquias compactas, que vão vender apenas eletrônicos, eletrodomésticos e ferramentas.

"Agora, a empresa quer ser mais um concorrente no mercado de eletro", diz Paulo César Mauro, sócio-fundador da Global Franchise, consultoria que faz a intermediação entre a empresa americana e os potenciais parceiros brasileiros. A ideia é abrir lojas em 2014.

40 marcas de olho no país

Além da Sears, a Global Franchise também está envolvida na negociação de cerca de 40 marcas estrangeiras que querem colocar os pés por aqui. Entre elas, estão a portuguesa Casa do Galo (restaurantes), a francesa Mr. Bricolage (material de construção) e a espanhola Mango (moda).

A Casa do Galo decidiu apostar no Brasil por conta das perdas que vem tendo por causa da crise financeira em Portugal. A ideia da empresa é chegar ao país oferecendo pratos feitos com frango por preços entre R$ 15 e R$ 20, menores do que os praticados pela concorrência aqui no país.

A Mango, que fechou as últimas lojas no país no começo deste ano, quer voltar por meio de franquias. Mesmo caminho deverá ser seguido pela Mr. Bricolage.

"As empresas estão querendo se expandir não só para o Brasil, mas mundialmente. Aqui, elas ainda encontram dificuldades com burocracia e importação, além do problema da alta do dólar. Mas o mercado é grande", diz Mauro. Segundo ele, as negociações duram entre seis meses e um ano para serem finalizadas.