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Eike perde controle de sua terceira empresa após acordo com credores da OGX

Do UOL, em São Paulo

26/12/2013 15h09Atualizada em 26/12/2013 15h09

Eike Batista aceitou passar o controle da petroleira OGX aos credores, em um acordo para converter dívida em ações e, ainda, garantir uma injeção de até US$ 215 milhões para manter a empresa em operação. É a terceira empresa da qual Eike deixa o controle neste ano. 

Em março, ele vendeu o controle da empresa de energia elétrica MPX (MPXE3) para a alemã E.ON. Mais tarde, em julho, renunciou formalmente ao controle da MPX. Em agosto, vendeu o controle da LLX (LLXL3), companhia de logística do grupo EBX. 

O acordo feito com os credores da OGX prevê a conversão da dívida de US$ 5,8 bilhões da OGX em ações, e a injeção de US$ 200 milhões a US$ 215 milhões, para sustentar a operação da empresa em 2014.

Os credores devem deter 90% das ações da OGX e a participação de Eike deve passar de mais de 50% para 9%, direta e indiretamente.

2013 foi um ano difícil para Eike; clique na imagem abaixo e relembre

Crise teve início em julho

A crise começou no início de julho de 2013, quando a OGX, que já foi a empresa mais importante do império de Eike, anunciou que não seguiria adiante com o desenvolvimento de algumas áreas na bacia de Campos, antes consideradas promissoras.

Foi a gota d'água, após sucessivas frustrações com o nível de produção da petroleira.

Agências de risco rebaixaram a nota da OGX para níveis próximos ao de empresas em situação de calote. Bancos reduziram sua expectativa de preço para a ação, chegando a cogitar que o papel valeria R$ 0,10 em um ano.

A  CVM (Comissão de Valores Mobiliários) decidiu investigar decidiu investigar se houve falhas na divulgação de informações ao mercado.

Em 1º de outubro, a OGX confirmou um já esperado calote de US$ 44,5 milhões a credores estrangeiros. A notícia foi tratada como o "fim de uma era" pela mídia internacional.

Em 30 de outubro, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial (antiga concordata).

Para que o atual acordo com os credores seja assinado, a OGX irá apresentar um plano de reestruturação até 24 de janeiro, que será votado em assembleia no fim de março. Se for aprovado, a petroleira sairá da recuperação judicial.