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Inflação e perda salarial lideram preocupações dos argentinos

Luciana Salinas

Do Clarín

24/02/2014 18h23

Diferentes pesquisas de opinião na Argentina mostram que inflação e perda salarial são as questões que mais preocupam a população, e têm influência direta na imagem da presidente Cristina Kirchner. 

Os levantamentos marcam a preocupação crescente dos argentinos com a alta nos preços e a perda salarial, segundo os analistas Fabián Perechodnik, da consultoria Poliaraquía, Rosendo Fraga, do Centro de Estudos Nueva Mayoría, e Mariel Fornoni, da Managment & FIT.

As três consultorias realizam pesquisas de opinião no país e são a que mais acertam nos resultados eleitorais nos pleitos argentinos.

"No momento, os assuntos mais importantes que o governo deve enfrentar, segundo opinam os argentinos, são a inflação e a perda salarial. E neste sentido o debate sobre as 'paritarias' (negociação salarial por categoria no país)", disse Perechodnik.

"Ao mesmo tempo, a imagem da presidente Cristina Kirchner e seu nível de respaldo popular continuam em queda", acrescentou.

Os analistas entendem, porém, que o fato de o governo da presidente Cristina Kirchner ter reconhecido a alta de preços, com o novo índice inflacionário (IPCNu) poderia representar o primeiro passo para que sua imagem comece a melhorar.

"Mas ainda é preciso observar como esse novo índice será abordado pelo governo daqui pra frente. Ele está diretamente ligado a credibilidade que o governo perdeu diante da sociedade argentina", disse Fornoni.

Para Fornoni e Fraga, março será um mês de "conflitos sociais por causa dos debates salariais".

Fraga também destacou que a Argentina está "vivendo seu maior processo inflacionário em 25 anos e este fato gera consequências políticas".

O índice de inflação foi adulterado pelo Indec (equivalente ao IBGE) desde 2007 até janeiro deste ano de 2014, quando o governo reconhece a alta de preços informando que esta foi de 3,7% --em janeiro frente a dezembro, o que foi levado a sério até mesmo pelos economistas mais críticos das políticas do Kirchnerismo.

(Texto originalmente publicado no site do Clarín em português)